30.4.10

GRANDE FALTA DE ÉTICA

Ando revoltado com a sociedade que nos rodeia! Podia dizer-se que até não deveria ter essa posição, visto ter um emprego certo (pensa-se que seja), de algum modo ser um profissional que cumpre com as suas obrigações o que leva a que as pessoas tenham muito respeito e admiração pela actividade que exerço. Não raramente sou convidado para me deslocar a casa de pessoas ou famílias a quem resolvi problemas, e embora seja pouco usual aceitar porque o meu tempo é contado ao segundo e tenho compromissos extra-profissionais, quer seja a tentar aprender sempre mais, seja a dedicar-me a algum lazer!
Porém é com um desgosto enorme que vejo (os chamados) grandes cérebros deste país atacarem quem mais precisa, optando por práticas que já faliram em Portugal e noutros países por esse mundo fora. Quanto mais me apercebo das opções, mais emergem na minha consciência os erros que tive oportunidade de estudar aquando do meu mestrado. E se antes já tinha uma perspectiva de vida identificada com a esquerda (escolha feita com 16 anos) ainda me convenci mais que essa era a melhor opção para um mundo justo.
Contudo o grande erro (ou será crime?) é que os partidos de esquerda, depois de ganharem actos eleitorais com o apoio daqueles que mais precisam de justiça social, praticam políticas de direita contribuindo para o enriquecimento daqueles que menos precisam! Ajudam os exploradores e não os explorados. Isto é entre as campanhas e o poder escreve-se uma grande mentira e isso é uma grande falta de ética! Tenho vergonha que assim seja... cá como noutros países!

29.4.10

ESTAR PARADO

Ainda não saí de uma completamente e já me estou a meter noutra. Mas o que é que hei-de fazer, tenho esta mania de não conseguir estar parado! Seja como for tenho de estar sempre em acção, mais no aspecto intelectual do que físico é certo, mas de qualquer modo também não consigo parar. Os meus pais, pessoas de poucas posses, é que foram os culpados disto porque lá em casa tínhamos sempre alguma coisa para fazer, e até quando não havia um trabalho urgente nos mandavam brincar para a rua, se o tempo tivesse bom, ou dentro de casa nas situações de chuva, que era para não estarmos parados.
Sempre tudo muito bem organizado, como a minha mãe gostava. Fazer os trabalhos da escola e estudar, fazer alguma coisa em casa e depois ir brincar com os outros garotos vizinhos, até à hora que ela marcava. Não havia tempo para inactividade pois a brincadeira era pelos meus pais considerada como uma tarefa diária obrigatória como qualquer outra. Só se zangavam quando deixávamos de fazer outras obrigações para dispensar o tempo todo à brincadeira.
Talvez por tudo isso, quando ainda mal se falava em associativismo já eu conseguia convencer, com 14 ou 15 anos, os outros (rapazes e raparigas) da minha idade, e até mais velhos, a organizar associações, corridas de atletismo, jogos de futebol entre aldeias, jogos de damas, bailes e outras coisas do género. Abençoados pais... pois as suas ideias deram fruto, e um contributo muito grande para a dinâmica que tenho hoje. Claro... por isso ainda mal saí de uma já me estou a meter noutra!!!

28.4.10

REVER AMIGOS

Na vida que se leva, sempre atarefada, sempre com actividades, a correr desenfreadamente para um lado e para o outro, por vezes torna-se difícil conciliar isso com uns momentos de lazer com os amigos. No entanto sempre há o telefone ou telemóvel para trocar duas ou três palavras, e foi o que fiz a semana passada, o que diga-se de passagem não é a mesma coisa. Telefonei na sexta-feira a um amigo que muito prezo e combinamos ir hoje beber uma imperial ao fim do dia de trabalho (para mim, ele já é reformado). É sempre bom rever os amigos!
Assim foi e em vez de uma, bebemos três imperiais cada um por causa dessa coisa do agora paga um e depois paga outro. Foi um momento agradável e não fosse o caso de ambos gostarmos de futebol e estarmos desejosos para ver o Barcelona-Inter, certamente teríamos continuado a beber e falar até mais tarde. Mesmo assim ainda estivemos das 6 até ás 7,30 na esplanada do Santa Iria a trocar opiniões. Não sei se há muitas pessoas assim, mas somos mesmo muito amigos e temos um enorme respeito mútuo, ainda que cada um tenha simpatia por um clube e o outro pelo seu rival, bem como um defende uma certa ideologia política e o outro quase o seu inverso.
Reconheço nesse amigo uma pessoa formidável, se bem que tenha um feitio muito especial, e eu que também tenho um feitio complicado sou para ele quase como um filho, não por algo material que alguma vez me tivesse dado, mas pela sua compreensão, apoio e constante incentivo. Só um dia nos íamos desentendendo, quando depois de acabar a licenciatura teimou em chamar-me doutor algumas vezes. Ao princípio disse-lhe que dispensava aquele tratamento, mas como teimava, disse-lhe que lhe deixava de falar e a nossa amizade morria por ali. Então lá voltou a tratar-me pelo meu nome de baptismo.

27.4.10

"... AI EU NÃO CONSEGUIA!"

Não vendi muitos livros, nas duas feiras do livro do passado fim-de-semana, mas no entanto foi agradável estar em qualquer uma delas. No debate de sexta-feira à noite a troca de experiências e de perspectivas de uns mais velhos que eu e de outros mais novos enriqueceu-me bastante, dado estar no meio de contextos geracionais diferentes.
No debate de sábado, em Aboboreiras, falar para uma plateia essencialmente jovem foi mais difícil, porque num primeiro momento ficaram em silêncio mas depois quando começaram a falar parecia que queriam saber tudo e os meus conhecimentos também não chegam a tanto, muito embora não tivesse deixado nenhuma pergunta sem resposta.
Já quanto às sessões de autógrafos, deram pelo menos para falar com muita gente que julga que quem escreve está "lá em cima num pedestal", pese sermos humanos como as restantes pessoas e tenhamos os mesmos defeitos e virtudes, tendo apenas esse dom e vontade de escrever, de fazer das coisas simples da vida pequenas obras de arte. No tempo da comunicação, são os mais que se admiram com essa nossa apetência pelas escritas e que nos louvem não só a "coragem" como a capacidade para colocar aquelas palavras todas numa história que parecendo insignificante, comporta um volume de perto de duzentas páginas! E invariavelmente, com grande espanto e movidos por grande devoção, exclamam: "Não sei como foi capaz... ai eu não conseguia!"

26.4.10

DESCANSE EM PAZ

Tive conhecimento, esta manhã, que uma jovem de 34 anos apareceu morta. Se nunca é um bom momento para morrer, a morte com tal idade parece uma injustiça da humanidade. Mas ao fim e ao cabo cada um de nós faz pelo seu destino. Sandra tinha 34 anos, mãe de três filhos (que lhe haviam sido retirados pela segurança social) e era ex-toxicodependente. Fez um tratamento de desintoxicação, que parcialmente teve sucesso, mas negou-se a vários internamentos para de certo modo debelar outras doenças de que era portadora. Foi marcada por uma existência triste e depois da morte do companheiro há dois anos deixou-se abandonar à sua sorte!
Não quero ser hipócrita, dizendo que era boa rapariga e outras ladainhas do costume! Quem a conhecia diz que sim! Ainda era vivo o companheiro, fui algumas vezes interpolado pelo casal que se dedicava à mendicidade. Se não estou em erro por umas três ou quatro vezes, ainda lhes dei uns trocados (pois também não sou rico) e depois deixei de dar após um dia lhes ter dito que não lhes dava dinheiro mas lhes pagava o pequeno-almoço. A sua reacção foi do insulto fácil, velado por certas ameaças, como se pudessem mandar na minha vontade! Claro que só pediam para terem algum dinheiro para a droga e a perspectiva que eu tenho é a de não colaborar com isso. Mas depois começaram alguns furtos, porque as pessoas já não lhes davam dinheiro!
É certo que não consegui mudar a sua forma de ser, claro que tenho pena por a morte os ter levado tão jovens. A Sandra agora já pedia só para comer... e com relativa facilidade obtinha sempre qualquer coisa... mas as doenças que ela não quis vencer, venceram-na a ela! Pelo menos que descanse em paz!

24.4.10

ESCRITORES

Consegui meia dúzia de minutos para vir aqui escrever umas coisas! Ontem à noite, o debate foi espectacular, com a participação de oito escritores tomarenses de diferentes gerações. De certo modo só quatro são mesmo tomarenses, nascidos e criados os restantes são-no por afinidade, por opção ou devido a circunstâncias da vida. Uma angolana, um bracarense, um lisboeta e um algarvio, que aqui aportaram há alguns anos, adoptando e acarinhando esta terra como sua e aqui se fizeram escritores. No debate de ontem quase que chegámos a uma conclusão consensual ao entender a auto-censura muito mais evidente na nossa escrita, do que a existência de uma censura institucionalizada por parte das editoras ou do poder, ainda que as limitações económicas possam ter um efeito censório.
Hoje outra escritora tomarense, ela assume-se como tomarense, embora tenha nascido em Coimbra (porque na época não havia maternidade em Tomar, como faz questão de afirmar) e desde os quatro anos viva em Lisboa. Inês Pedrosa (directora da Casa Fernando Pessoa) fez questão de falar para toda a gente e deixar descobrir aquele brilho no olhar de alegria de quem volta à terra mãe. Falou de Tomar com emoção, de livros com paixão e da realidade da literatura com a razão. E os outros escritores tomarenses saudaram a sua presença com um grande agradecimento e muita satisfação!

23.4.10

LIVROS...LIVROS...LIVROS!!!

Vai ser um fim-de-semana muito ocupado! Livros... livros... livros! Não vai dar quase para pensar em mais nada. Daqui a pouco pelas 20 horas, tenho de estar na inauguração da feira do livro da ARA (Aboboreiras), decorrendo essa obrigação do facto de ter sido um dos impulsionadores do evento. Depois às 21 estou noutra feira do livro, a da Câmara Municipal de Tomar em conjunto com as livrarias locais, para um debate entre todos os autores tomarenses para falar de literatura e censura. Amanhã, nesta mesma feira, tenho uma conversa com os leitores e sessão de autógrafos pelas 15 horas. Às 20 estarei novamente em Aboboreiras para falar sobre o valor do livro na sociedade da Internet. No domingo será o almoço do 25 de Abril em que participo todos os anos, mas à tarde e a noite terei mais uma sessão de autógrafos nas Aboboreiras.
Vai ser cansativo, mas eu é que sou o culpado, pois estou sempre disponível para estas iniciativas, desde que não tenha outro compromisso! Aliás, hoje é Dia Internacional do livro, e ainda tive convites para Coimbra e para Ferreira do Zêzere (escola) que tive de recusar pois já estava comprometido que estas duas iniciativas na minha terra!

22.4.10

SERÁ QUE TENHO RAZÃO?

Ouvi ontem palavras do professor Marcelo Rebelo de Sousa que me deixaram espantado. Por duas ordens de razão, por um lado conhecendo a sua apetência pelo mercado completamente livre em qualquer tipo de relação humana ou social, inclusive o das relações laborais, por outro pela sua preocupação com os trabalhadores, orientação que do alto da sua cátedra de burguês endinheirado nunca perfilou nem quando teve responsabilidades políticas ao nível da liderança do PSD. E perante palavras tão profundas e incisivas acabei a questionar-me: Será que eu tenho razão?
Ainda que os seus argumentos e a extensão das suas preocupações se cingissem a esta época de crise (sob os efeitos do PEC) e às empresas participadas pelo Estado, o certo é que de algum modo veio confirmar as minhas análises e propostas quanto à existência de um tecto salarial para os gestores mais bem pagos. Mas convenhamos que a sua ousadia se aproximou muito mais da minha (claramente numa perspectiva de esquerda) ao afirmar para o quem quis ouvir na Feira do livro de Coimbra que deveria ser o Governo (ou em última instância a Assembleia da Republica) a legislar sobre o assunto.
É sem dúvida um desafio enorme aquele que foi lançado, um pouco na linha do que eu já havia proposto neste blogue, mas tem dois efeitos mais profundos! Por um lado porque são proferidos pelo professor Marcelo e não pelo Virgílio, o segundo porque têm origem numa pessoa que "endeusa" o mercado e não numa que dele desconfia, ainda que lhe ache virtudes.

20.4.10

AINDA A CRISE

Li hoje estas palavras: "O tempo que corre é um tempo que exige sacrifícios dos portugueses mas penso que se tivermos o rumo certo nós havemos de vencer." São palavras de esperança de facto, e deixavam cada um nos nossos compatriotas satisfeitos se assim fosse! Estas palavras proferiu-as numa escola o Presidente da República e segundo melhor opinião são uma pura hipocrisia. Sempre a crise... com sentido único... ainda a crise!
São hipocrisia e são uma mentira descarada! Mas pior ele sabe disso! Pois não tivemos ainda há dois ou três anos uma época de sacrifícios (que foi só para alguns)! Quem ficou a ganhar com isso? Não foram os mesmos de sempre? Hoje passa-se exactamente o mesmo! Os sacrifícios são para os que menos podem, enquanto uma escumalha vai continuando a encher o bandulho e a fazer passeatas por esse mundo fora! Se a crise for vencida cá estaremos para ver quem vai ser beneficiado com isso... e de certeza não terei (nem os restantes portugueses) nenhuma surpresa agradável... de certezinha absoluta!
Até dá vontade de deixar o desafio a todos aqueles que recebem mais de três mil euros por mês... experimentem a viver só um ano a troco do ordenado mínimo nacional... não se aguentavam só um mês. Só apetece dizer "vá bugiar!"

19.4.10

É SÓ FUMAÇA

Ficou célebre a frase proferida pelo, já extinto, Almirante Pinheiro de Azevedo, então primeiro-ministro de Portugal, quando (se não elaboro em erro) a 10 de Novembro de 1975, na sequência do lançamento de granadas de gás lacrimogénio pela Polícia Militar, e uns petardos por militantes do PRP para o meio dos populares que se manifestavam a favor do governo: "É só fumaça!"
Foi de uma das varandas do Terreiro do Paço, acompanhado por outras individualidades da política portuguesa, quando o país vivia em ebulição completa, na época do PREC que o voluntarioso militar se exprimiu desse modo, logo concluindo com uma calma fora do comum em situações de confronto, "o povo é sereno"!
Não era isto que eu queria aqui trazer... mas o seu conteúdo histórico é de tal forma apetecível que aproveito o contexto para enquadrar os recentes acontecimentos vulcânicos da Islândia! Quando toda a Europa anda em grande alarido pelo prejuízo que as cinzas expelidas pelo vulcão Eyjafjallajoekull (nome estranho e muito difícil de pronunciar), poderão vir a causar, ainda que indirectamente, na economia, os calmíssimos islandeses, vizinhos daquela força, da natureza pouca ou nenhuma preocupação têm demonstrado, a não ser proteger o seu gado! E tanto quanto ouvi ontem trataram de colocar ovelhas e cavalos (a sua maior riqueza) dentro das próprias casas onde habitam! Nem sequer colocam a hipótese de serem evacuados porque para eles aquilo ... "é só fumaça"!
Como afinal se é (e pode ser) feliz com tão pouco!

18.4.10

DEU-ME PARA FALAR DE FUTEBOL

"Nem só de pão vive o homem", é uma expressão bíblica, supostamente proferida por Jesus Cristo, que acaba por servir a muitos e diferentes contextos. Sem qualquer objectivo de tratar com menos respeito, do que merece, a religião, hoje vou servir-me dela para demonstrar a minha alegria com os mais recentes resultados futebolísticos!
A três jornadas do final do campeonato Nacional de futebol de 2009/10, parece que o Benfica vai ser campeão nacional, o que me deixa naturalmente muito satisfeito! É mais um título do grande clube que é o SLB. É o 32º! Saber respeitar os adversários e suar a camisola até ao fim foi a principal virtude da equipa esta época e que teve em Jorge Jesus um condutor irrepreensível, embora exigente a cada momento.
Depois de ter conquistado a Taça da Liga, frente a um adversário de alta qualidade (F. C. Porto, que deve ser o próximo vencedor da Taça de Portugal), o Benfica "corre o risco" de ter de celebrar a conquista deste campeonato exactamente em casa do seu mais acérrimo adversário de há alguns anos a esta parte. Se por um lado gostava que isso acontecesse, também gostava que se assistisse a um hino ao futebol, por duas das melhores equipas do panorama nacional!
Desculpem, mas hoje deu-me para falar de futebol... porque "nem só de pão vive o homem!"

17.4.10

ÉTICA, TRANSPARÊNCIA E... BOM SENSO

Não sou invejoso com aquilo que os outros ganham... mas acho que deve haver um limite para tudo, caso contrário justifica-se que se diga que vivemos numa selva. Muito se tem falado em ética e transparência... dois princípios que considero quase inexistentes na sociedade actual, quer por parte dos que nos governam quer por parte dos restantes. E talvez até não se desse pela sua ausência caso houvesse pelo menos bom senso! Mas afinal nenhum destes aspectos faz parte da realidade social dos tempos actuais!
Então há que ter coragem e tomar medidas radicais!
Medidas que de uma vez por todas afectem as criaturas que recebem fortunas de ordenado ou de prémios que chegam a ser uma ofensa para quem trabalha. Acho que o Estado que tem de se ver obrigado a estabelecer um ordenado mínimo para que alguns patrões não tratem os trabalhadores como meros instrumentos, também tem toda a moral para impor um ordenado e um valor máximo nos prémios a atribuir, seja no sector público ou no sector privado (ou naquelas empresas que pertencem aos dois campos).
Ou então se o problema é as finanças haveria outro modo! Seria tomado como padrão o ordenado do Presidente da República as empresas só poderiam pagar mais do que 80% daquele valor, (no global (prémios+ordenado, ou só ordenado), desde que fossem obrigadas a contribuir para o fosco com igual montante ao que se apurasse da diferença ente o referencial do PR e o que fosse pago ao seu colaborador.
Pois é que se ainda não viram os tais prémios e grandes ordenados servem exactamente para gerar efeitos contabilísticos que permitem uma elevada fuga ao fisco! É só fazer as contas!

15.4.10

EM CENA!

Correu bem a actuação do grupo de teatro! Depois de algumas semanas a fazer pesquisa de histórias populares, passadas de avoengos até aos dias de hoje pela oralidade e artes das gentes simples deste país. Depois de mais umas quantas a tentar adaptá-las a quadros cénicos e ainda o tempo dos ensaios, decorreu esta noite a nossa actuação. Eu que tivera uma experiência quando ainda andava na Escola Secundária, com intervenção em duas peças, estava algo inseguro! Aliás o meu papel no grupo de teatro fora sempre o de dar alguns contributos em termos de escrita e fazer a investigação cultural para enquadrar as peças! Hoje voltei ao palco! Gostei e nem estive mal, dominando bem os tempos e os nervos! A insegurança anterior, perdia-a assim que entrei em cena!
O resto do grupo também esteve bem, pois quem é amador e faz isto por divertimento tem maior facilidade de transmitir as mensagens ao público! É que as coisas são interiorizadas e transmitidas com toda a naturalidade, como se estivéssemos a relatar factos da nossa vivência, existe uma entrega natural. Nada é forçado, as ideias espraiam-se como se fosse tudo uma conversa de amigos normal.
Só por isto, por ser capaz de derrubar essa ideia assustadora do terror de estar em palco, já valeu estar em cena. Hoje representámos na Mostra de Teatro Concelhia.

14.4.10

SE... CHOVE!

Um dia terrível em termos climatéricos! Invernoso mesmo! Todo o dia choveu, mas hoje não fui surpreendido como ontem que tive de aguardar uma série de horas até regressar para casa! O que valeu é que aproveitei para ver o Benfica-Sporting com um grupo de amigos, enquanto na rua a água caía a cântaros.
Hoje, tal como ontem, quando saí de casa não chovia, mas ao contrário trouxe o guarda-chuva porque as nuvens negras aconselhavam a ter algumas cautelas! Claro tive a confirmação por voltas dez da manhã e depois pelo dia inteiro. Não sei se esteve aí meia hora seguida sem chover. Por agora, digo eu, já chegava de chuva, mas como nisso como noutras coisas não mando nada tenho de conformar-me, mas como dizia uma senhora, minha amiga, em relação a si "nestes dias até ando mal disposta", também eu sinto essa má disposição!
E segundo já analisei na Internet isto veio para ficar pelo menos durante uma semana! Quer dizer que a peça de teatro em que ia participar amanhã será representada dentro de uma sala ao contrário daquilo que tínhamos preparado até ao último pormenor! Estudámos as ruas os passeios, os bancos as árvores e agora teremos de simular tudo. Paciência a arte é sobretudo isso, fazer trabalhar a imaginação e orientar o espectador a aliar-se a ela!

13.4.10

MAS QUE RAIVA!!!

Não posso com esta teoria assassina de ser sempre o povo a pagar as crises! Não posso porque ao longo da história, desde o tempo da monarquia até esta república ordinária, neste e noutros países o discurso foi, é e muito provavelmente será sempre o mesmo "é para o bem do país (ou do povo ou da Nação), mas o que se trata é que tem sido e é para o bem de meia dúzia de ladrões sejam reis, presidentes ou primeiros-ministros e uma cáfila de sanguessugas que vagueiam em seu torno.
Vem isto a propósito ainda do PEC! Aqueles sabujos, parasitas e ladrões da União Europeia, aparecem agora a dizer que os sacrifícios que o povo irá passar não serão suficientes! Mas o que quer mais essa escumalha, que nunca fez nada na vida? O que quer essa cambada de gatunos que faz da corrupção e "artistadas" o seu modo de vida?
Mas que raiva! Quer dizer, caso a Grécia precise nós teremos de desembolsar 700 mil milhões de Euros e aos cidadãos portugueses tem de se lhe roubar tudo! Tenho para mim que se terá de retomar o refrão do nosso Hino "às armas... às armas" e resolver a questão de outra maneira. Os gatunos que se vão enchendo com as crises que criam têm de pagar por isso... por bem menos se acabou com a Monarquia.
Cada vez odeio mais esta camarilha, esta ladroagem!

11.4.10

REUNIÕES

Como eu gosto deste tempo assim! Sol e calor! Está o calor ainda não está naquele nível que eu gosto, mas já está muito melhor. Já o Sol brilhou com uma intensidade agradável, a fazer adivinhar dias maravilhosos de Primavera. Por isso praticamente deixei o meu Blogue órfão dos meus comentários, pois andar a vaguear por jardins ou ir visitar uma pessoas amigas sabia muito melhor que estar fechado em torno computador!
Amanhã regressa o trabalho, embora eu esteja com dispensa para ir para Lisboa para reuniões da Escola Profissional Bento de Jesus Caraça, primeiro a do Conselho Fiscal e depois a Assembleia Geral. Pronto lá vou chegar à minha terra outra vez às tantas da noite, mas quando se assumem responsabilidades devemos fazê-lo na plenitude e não apenas para ser mais um a dar o nome! Nunca fui adepto dessa forma de estar, o que me tem levado a recusar o convite para participar em órgãos de várias instituições de cariz sócio-cultural. Aliás estas reuniões até me vão obrigar a faltar a uma outra iniciativa que já estava agendada mas que tive oportunidade de avisar em tempo próprio que não estaria presente!
Parecendo que não amanhã até vai ser um dia cansativo

9.4.10

A ELEIÇÃO

Como é tradição nesta pequena terra encravada no coração do país, hoje o povo foi chamado a fazer a sua escolha! Tratou-se da eleição do mordomo para a Festa dos Tabuleiros de 2011 que se deverá realizar entre finais de Junho ou princípios de Julho! Ainda o resto do país não sonhava com eleições livres e já Tomar elegia livremente o seu mordomo, pois houve anos em que foi proposto mais que um candidato.
Fiquei particularmente satisfeito, pois o meu amigo de infância que se sentava na carteira ao lado da minha na primeira fila da escola primária foi o escolhido! O João Victal foi de novo escolhido pelo o povo por aclamação, ecoando no Salão Nobre dos Paços do Concelho um estrondosa ovação quando o seu nome foi proposto e não se ouviu uma voz contra.
Mas foi assim porque os tomarenses se uniram no apoio a um indivíduo sério e trabalhador, pois ainda há duas semanas soava pelas ruas e nos órgãos de comunicação social que havia mais dois candidatos, porém nenhum deles apareceu à "reunião do povo" para se submeter à escolha dos seus conterrâneos!
E já começou a Festa mais linda do Mundo... "A Nossa Festa" como a intitulei há cerca de quatro anos num artigo de um jornal local. A emoção, mais uma vez foi forte e as lágrimas chegaram aos olhos quando os três morteiros (foguetes) rebentaram nos ares, sobre o espaço da Praça da República, como é da tradição. Já houve tempos que os foguetes não foram lançados... porque não houve decisão, mas hoje cumpriu-se a tradição e houve eleição! Parabéns Tomar, parabéns João... agora vamos ao trabalho

8.4.10

FAZER SERÃO

Na maior parte das vezes, programamos uma coisa e depois a realidade contraria todo tipo de organização em que tínhamos delineado as nossas actividades. Ora depois de uns dias de férias agradáveis em que tive oportunidade de conhecer novas paragens e novas caras regressei na terça-feira, pleno de boa disposição e espírito refrescado para retomar o meu trabalho! Eis que o "malvado" do meu computador de trabalho parecia não estar pelos ajustes e muitas das tarefas ficaram atrasadas.
Ontem fui para Lisboa, para a minha actividade sindical (revi gente do curso de Formação: a Ana Fernandes, o Nuno Paulo, o Hugo Dionísio e o Álvaro Cartas), e quando cheguei perto das onze fui para o grupo de Teatro. Com tudo isto, tinha em mente colocar umas escritas e leituras em dia, mas acabaram por ficar para trás! Hoje o "sacana" do computador continuou a fazer birra e só da parte da tarde consegui adiantar algum serviço, mas como há prazos a cumprir vou fazer serão (sem ganhar mais nada) e lá vão ficar as leituras e escritas mais um dia adiados! E eu até durmo pouco (4/5 horas) se dormisse muito o serviço ia virar um caos!
Como ouvi muitas vezes os meus avós: não há bem que sempre dure, nem mal que não se acabe" por isso há que manter a calma enquanto os dias só tiverem 24 horas. Vamos a ver, esta noite devo deixar tudo em dia... é mais um sacrifício para a causa pública, aliás para os cidadãos que pagam os seus impostos!

6.4.10

GENTE MARAVILHOSA

Nunca tive por hábito tirar férias na Páscoa, mas este ano aproveitei um dia de férias que havia ficado por gozar do ano passado e tirei quatro para um passeio. Claro fui a convite de um casal amigo que me está sempre a desafiar para ir a sua casa. Na maior parte das vezes recuso devido aos meus afazeres e compromissos. Desta vez mandei lixar essas obrigações e aí fui eu, por esse Portugal desconhecido até aos segredos e belezas do Marão. Sexta-feira de madrugada (5horas), estava a pé e por volta das 6,15 h já estava a rumar para tais paragens. Até Coimbra ainda ia identificando muitas dos panoramas conhecidos, mas quando passámos para os lados da Lousã e outras localidades do interior do país ia descobrindo pormenores fabulosos das nossas lindas paisagens. Fomos avançando a uma velocidade razoável direito a Viseu, Lamego, Vila Real, claro sempre ao lado destas cidades porque seguimos pela via rápida (acho que é a A24).
Começámos a subir o Marão por entre um nevoeiro denso que não deixava ver nada a mais de 10 metros (um palmo a frente do nariz, como soi dizer-se), e a velocidade passou a ser mais reduzida e mais cautelosa. Mais de mil metros de altitude e poucos veículos deixavam uma ideia de isolamento em que só as escarpas da montanha pareciam querer desafiar a nossa tranquilidade. Aos poucos a névoa (que eram verdadeiras nuvens) ia-se dissipando e faltavam cerca de 15 minutos para as 11 horas quando chegámos a Valongo de Milhais, um cantinho escondido nas faldas agrestes do Marão que não é o paraíso mas tem gente maravilhosa e conta entre si com um herói (já falecido) da I Guerra Mundial.

1.4.10

E NÃO É MENTIRA

Hoje é aquele dia em que se costumam a pregar umas "petas" aos amigos, e embora nunca fosse de meu hábito fazê-lo já fui alvo de algumas. Quase sempre me apercebo da artimanha, mas houve algumas, que de tão verídicas que pareciam, me conseguiram levar na conversa!
Porém, a minha pouca apetência para essas gracinhas, advêm do facto de em garoto ter levado seis réguadas do meu professor por lhe ter mentido! Ficou-me de emenda! E ao contrário dos pedagogos e pais de hoje, elogio o acontecimento como um exemplo da minha formação (nalgumas coisas sou mesmo conservador)!
No entanto o dia de hoje fica marcado por tristes realidades! Vou acompanhar o amigo Tomaz até ao local onde residirá definitivamente, ciente que na sua passagem por entre os vivos foi um Homem digno e de elevada estatura moral. Será pelas 15 horas e obriga-me a consciência a que não me negue a tal presença.
Esta é uma das coisas que o ser humano ainda não domina. A morte foi, é e será sempre triste e real, infelizmente dolorosa... e não é mentira! A seguir vem a Páscoa, para os cristãos o milagre da ressurreição!