31.8.10

O ESPECULADOR?

Mais uma vez as, como outras tantas, as ideias mais revolucionárias para uma União Europeia aparentemente mais justa, surgiu de uma convergência de ideias entre a Alemanha e a França, o que não é de estranhar sabendo que estes são os verdadeiros motores da Europa, estão na génese da sua criação e foram os grandes impulsionadores da chamada Europa Social, um padrão que ganhou terreno até finais dos anos 70 do século passado.
Desta feita, os dois países avançaram com uma proposta de aplicação de um imposto a todas as transacções em Bolsa, seguindo uma opinião que já há muito circula entre alguns economistas que defendem que deste modo seria possível não só taxar as actividades especulativas, bem como de certo modo aplicar uma taxa a dinheiros com origem duvidosa, logo à entrada dos mercados financeiros, isto é um imposto directo sobre a lavagem de dinheiro.
Mas se esta é a determinação daqueles países que igualmente queriam ver a iniciativa extensiva aos restantes países da União, o Comissário Europeu do Planeamento Financeiro e Orçamento, Algirdas Semeta, não parece estar pelos ajustes, aliás à imagem da suposta oposição que é feita pelo Reino Unido, Suécia e Holanda à aplicação dessa taxa. Pelo menos é isso que o comissário parece defender no relatório a apresentar na reunião dos ministros das Finanças, agendada para 6 e 7 de Setembro, recorrendo aos diversos mais fundamentos para contrariar a hipotética taxação em todo o espaço europeu!
Ao certo, e depois de ter lido algumas das suas opiniões, estou claramente contra elas e mesmo as que são mais técnicas me parecem algo mal defendidas. Será que estamos perante um defensor dos especuladores (ou um especulador em potência) ou alguém que não se preocupa muito donde o dinheiro vem e convive bem com a lavagem do mesmo, desde que a finança continue a reinar num mundo cada vez com maiores desigualdades? Mais um liberal-radical ou um especulador genial?

30.8.10

A INSEGURANÇA

Chocou-me a notícia de um jovem que terá morto seis pessoas em Bratislava e ainda terá ferido pelo menos mais catorze. Chocou-me por várias razões: foram vidas ceifadas sem uma razão que o justifique; o aumento da violência na Europa (dantes dizia-se que era apenas na América); a falta de capacidade dos Estados para evitar tais situações; a insegurança em que actualmente se vive; o grau de inadequação da justiça aos tempos modernos.
O que se passou na Eslováquia poderia ter-se passado em Portugal, Grã-Bretanha, França ou em qualquer Estado Europeu, com idênticos resultados. Os representantes da sociedade, isto é quem governa, há muito que se demitiram da sua função de governar, e deixaram os seus concidadãos à sua sorte e a violência instalou-se definitivamente ao mesmo tempo que por via legislativa os governos ainda condicionam mais a incapacidade dos órgãos de justiça, porque manter alguns delinquentes atrás das grades custa muito dinheiro.
Desse modo à violência gratuita responde-se com mais violência, numa escalada de vingança sem que se vislumbre um final. Tal facto só tem paralelo na Itália da Camorra e da Máfia, mas parece que é, cada vez mais, um paradigma da sociedade europeia. Alain Minc, em "A Nova Idade Média?" e Peter Singer, em "Um só Mundo", retratam este aspecto muito bem (tal como outros que identificam a sociedade actual) e na ficção poderemos tirar ilações muito semelhantes, ainda que noutro contexto do livro de Fiódor Dotoiesveski "O Jogador". Uma sociedade sem normas nem ética, o reino da insegurança.

29.8.10

FAZ-ME CONFUSÃO

Hoje vou reflectir um pouco, sobre futebol, língua portuguesa e jornalismo. Pode questionar-se: o que tem o futebol a ver com a língua portuguesa? Ainda que se possa argumentar que esta com o jornalismo tenha algum ponto de relação e este, por sua vez, com o futebol também tenha uma certa ligação.
Faz-me confusão ouvir expressou como: "a vitória do Vitória" ou a "vitória sobre o Vitória", não porque qualquer antipatia com a expressão vitória. Isto acontece amíude, no jornalismo falado e escrito de cariz desportivo (e não só). Tal utilização além de soar mal mostra que os profissionais ou não sabem o que são sinónimos, ou então, estão pouco preocupados com a qualidade da tarefa que desempenham.
Ou será que estaremos perante um caso de ignorância gramatical, pois sendo ambos os termos substantivos, "vitória" com minúscula é um substantivo próprio (por isso invariável), já "vitória" com minúscula é um substantivo abstracto, do género feminino e que pode ter como sinónimo por exemplo "triunfo"ou "conquista" e como antónimo "derrota" ou "insucesso" (estes designam acções, estados, sentimentos ou qualidades).
Se calhar isto não tem interesse nenhum, mas "triunfo do Vitória" ou "triunfo sobre o Vitória" soa muito melhor que a lengalenga que ouvi ontem por causa dos dois Vitórias (o de Guimarães e o de Setúbal) e já vi hoje escrito. Pode não ter interesse... mas faz-me confusão pelo menos em profissionais que deveriam ter uma especial atenção no que respeita à língua Portuguesa.
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Como nota suplementar, acrescento que ontem atingi os 150 escritos nesta página. Não é nada de anormal se observarmos outros blogues, mas é uma questão de satisfação para mim!

28.8.10

HIPOCRISIA AUTÁRQUICA

Mais uma vez volto à questão das autarquias, mas neste caso focado no tema dos presidentes de Junta e nas acusações despoletadas pela a Anafre (Associação Nacional de Freguesias) e que logo tiveram resposta por parte do governo, com respectiva contra argumentação daquela associação e acompanhada com comentários do PCP e do Bloco de Esquerda.
É certo que se uma determinada situação está prevista na lei ela deve ser cumprida, e por aqui estamos conversados quanto ao direito que cerca de 300 presidentes de Junta têm em relação ao seu vencimento. Eu não concordo, mas se é lei cumpra-se! Daí compreender em parte aquilo que a Anafre fez, denunciar o incumprimento, mas já não posso concordar com as intervenções dos comunistas e dos bloquistas, os verdadeiros criadores do mito do "poder autárquico de gestão exemplar"! Agora acompanhados pela voz da Associação dos Autarcas Sociais-Democratas. Se fossem de gestão exemplar não vinham agora com tais exigências quando o país vive a crise que vive. Por outro lado esses tais presidentes, pertencem a freguesias que na sua maioria são localizadas nas sedes dos concelhos, em que quase todo o trabalho é feito pelo município não se justificado o vencimento de mais um "vereador das licenças de cães" quando os municípios têm um quadro específico de vereadores.
Afinal o espírito altruísta dos presidentes de junta na maior parte dos casos não passa de mera "fantochada", uma hipocrisia pegada. Quando muito aqueles que nada recebem é que deveriam receber alguma coisa, pois apenas lhes cabe as senhas de presença. Aliás estou convencido que numa próxima maioria absoluta de qualquer partido esta lei irá ser revogada, pois em nome da verdadeira democracia ela não se justifica, ocorrendo na mesma ocasião a extinção das chamadas freguesias urbanas.
Quanto ao governo, não andou nem bem nem mal e sacudiu a água do capote dizendo que a culpa seria da Assembleia da República (parece que sim!) porque não previu as verbas necessárias em Orçamento de Estado para esses pagamentos. Seja como for com oito meses de atraso ou com oito anos, alguns senhores da tal "gestão exemplar" estão a mostrar a sua hipocrisia...autárquica!

26.8.10

O BIG BROTHER

Hoje foi mesmo um dia consagrado ao "Big Brother". Pela manhã foi a notícia de que cerca de 700 escola iriam ter vídeo-vigilância a partir de Setembro, chegando às mil em Dezembro. À tarde foi a confirmação que o Presidenta da República terá aprovado o diploma legal sobre o "Chip" de matrícula para os automóveis.
Digamos que nada disto é de estranhar, se tivermos em conta o enredo quase profético da obra de George Orwell "1984". A única estranheza estará certamente na temporalidade de for visto de uma perspectiva realista, o que não pode ser dado que estamos em presença de uma obra de ficção e o 1984 queria apenas significar um futuro, mais ou menos, distante.
Mas outras conjecturas emergem desta situação. Desde logo o aumento do desemprego, porque com a vídeo-vigilância nos estabelecimentos de ensino, o Estado vai dizer que estão garantidos os instrumentos de segurança. O que de facto não corresponde à verdade e a reacção dos poucos que vão sobrar para esse efeito passa a ser mais morosa quer porque o seu número vai baixar, quer porque vão estar sujeitos a receber ordens de alguém que controla o centro de vídeo.
Quanto aos "Chips", além dos portageiros das auto-estradas que também irão ser reduzidos de um momento para o outro, poderá vir a ter ainda o efeito de baixar também o número de efectivos de segurança pública.
Em conclusão, vai prestar-se um pior serviço, com claro prejuízo do cidadão, para três ou quatro empresas (onde estão os amigos) irem embolsarem mais uns milhões aos Estado, isto é a todos nós que pagamos impostos... e ainda o BIG BROTHER está no início (no nosso país)!

25.8.10

LAVAGEM DE DINHEIRO

Segundo o mais alto responsável da ONU pelo combate ao crime e ao tráfico de droga, a maioria dos bancos só foi salva da bancarrota no momento mais crítico da crise financeira e económica que ainda decorre, porque o sistema financeiro terá recebido do mundo do narcotráfico e outras actividades ilegais, qualquer coisa como cerca de 240 milhões de euros. Esta acusação foi feita pelo italiano António Maria Costa ao "Observer".
Ainda de acordo com com as suas palavras, o seu departamento reuniu provas suficientes que o dinheiro em causa veio efectivamente do crime organizado, e sem ele alguns bancos não teriam capacidade para suprir a falta de liquidez e tinham falido. E embora aquele responsável se recuse a nomear bancos, e países, em questão parece haver estudos da própria ONU que assinalam entidades bancárias dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Itália e Suíça envolvidas nesta lavagem de dinheiro do mundo do crime.
Ao ter entrado no circuito normal esse dinheiro, tem agora cariz legal, pois procedeu-se à sua lavagem pela necessidade que os bancos tinham de liquidez, não se olhando, deste modo aos meios para se atingir os fins. Perante as acusações proferidas, a associação de bancos britânica já terá solicitado que fossem apresentadas provas do facto.
Seja como for, e como não há fumo sem fogo, é do conhecimento geral os milhões que o mundo do crime movimenta e para que esse dinheiro se torne legal, só mesmo através da lavagem com a sua entrada no mercado e quem está mais bem posicionado para isso são os bancos. E como a situação era dramática... já se sabe que a ocasião faz o ladrão, aqui fez a lavagem de dinheiro!

24.8.10

INCONCLUSIVO

Tanto quanto me apercebi, na sequência da catástrofe ocorrida ontem no nó de Talhadas (onde passei há cerca de três semanas para ir a Maçoida), vai ser aberto um inquérito para apurar as razões e possíveis responsabilidades.
De qualquer modo, e mesmo antes do referido inquérito estar aberto, já ouvi, ontem, de uma personalidade, aos microfones de uma rádio nacional, que o mau tempo (nevoeiro e chuviscos) a que se junta algum excesso de velocidade, teriam sido os factores que originaram o choque em cadeia que "ceifou" várias vidas.
Não quero, não posso, nem tenho dados suficientes, para colocar em causa tais afirmações, o que não posso é concordar que alguém esteja a adiantar hipóteses sem o inquérito estar encerrado, porque caso venha a concluir-se que terão existido outras falhas técnicas, quer de construção, quer de sinalização, ou de qualquer outro âmbito, aquilo que foi dito ontem teve como efeito essencial esconder essas responsabilidades.
Ora, sabendo nós que a maioria dos inquéritos levados a cabo em Portugal, nunca apontam os responsáveis de qualquer incidente e que as ditas conclusões são, na maioria das vezes, "não conclusões", estamos conversados quanto ao que dali se espera. Mais mês, menos mês, por acção de algum interessado, há-de vir uma personalidade qualquer, depois de muito "espicaçado" pela comunicação social, dizer que o inquérito foi inconclusivo! Vai uma aposta?
Aliás o nosso país é mesmo inconclusivo (a não ser para nos obrigar a pagar impostos e roubar a quem trabalha)!

23.8.10

EFEITOS DA CRISE?

Tomando conhecimento hoje que os Estados Unidos já não estavam interessados em instalar um campo de treinos nos Açores, para os F-22 e F-35, devido a restrições orçamentais, pensei que em outras situações igualmente de crise, as posições estratégicas dos Estados Unidos, nunca foram posta em causa pelos próprios.
Serão efeitos da crise, ou pelo contrário tudo se deve às alterações geopolíticas que se deram no final do século XX, onde se enquadra a queda do Muro de Berlim, com o consequente ruir do bloco do leste? A União Soviética não representa mais o eixo do mal, ele deslocou-se para o Médio Oriente e para o Oriente. Não que eu tenha grande simpatia pela estadia dos americanos nas Lajes, onde aliás vão continuar, pois só não irão implementar o dito campo de treinos!
É que repararmos o centro geo-estratégico de interferência dos Estados Unidos está como nunca mais a Oriente, tendo como epicentro as duas Coreias, ou o Irão (agora potência nuclear), sem que se esqueça o Paquistão e Afeganistão. Esta realidade com a hipotética saída das tropas de campanha (operacionais) do Iraque, pode muito bem levar a que num curto espaço de tempo os americanos ali instalem o tal campo de treinos, o que de certo modo serviria de dissuasor de alguma "aventura" iraniana, além de ficar relativamente próximo do posto avançado de bases americanas que é a Turquia, e mantinha a presença no Iraque por outro meio o que também desencorajaria o terrorismo da Al-Qaeda e serviria de rápido apoio a Israel se este se visse necessitado desse auxílio!
Por isso questiono, isto será um efeito da crise uma uma mudança estratégica da geopolítica norte-americana? Só o futuro dará a resposta!

22.8.10

POLITICAMENTE CORRECTO

Não sou, nunca fui, adepto do politicamente correcto, porque considero que tal conduta encerra em si uma grande dose de hipocrisia, de mentira, de falsidade. Por essa razão sou politicamente incorrecto e na maior parte das vezes digo, com mais ou menos impetuosidade, consoante as circunstâncias o que me vai na alma ! Mas, afinal o que é que ganhei com isso? Nada! Apenas ódios, rancores, perseguições, discriminações, exclusões e alguns (talvez muitos) inimigos, mas sinto-me bem com a minha consciência. Faço honras ao "Cântico Negro" do José Régio e não vou por ali (por onde os outros querem que eu vá!), embora continue a perder!
Por isso, mais uma vez não gostei das palavras do José Sócrates, quando afirmou que a proposta de revisão constitucional do PSD era radical! Por favor... ela não é radical, é reacionária e de cariz fascista e totalitário! Porquê o medo de chamar às coisas aquilo que elas de facto são! O homem que tanto se apregoa da coragem tem medo de certas palavras, ou antes estará comprometido com elas a tal ponto que as não pode pronunciar!
Afinal a partir do momento em que o politicamente correcto entrou na linguagem dos governos passámos a viver num antro de mentira. Um politicamente correcto que foi sendo cultivado por políticos com telhados de vidro e alimentado por um jornalismo "camaliónico" que se movimenta nos corredores do poder e do contra-poder à espera das migalhas que lhe hão-de cair no prato e esperando qualquer deslize para "felinamente" atacarem aqueles de quem se alimentam.
Continuarei a ter quem me odeie, quem me tenha rancores, quem me persiga a vida inteira, quem me descrimine, quem me exclua por tudo e por nada, mas continuarei a não ir por ali, pelo curso do politicamente correcto. E ser politicamente incorrecto é essencialmente ser sincero, manter a dignidade e não calar a voz quando temos razão. Nada tem a ver com suposta falta de educação, de lealdade, de respeito, de amizade, é sobretudo conviver com tudo isto, mas não perder a nossa dignidade pessoal.
Hipoteticamente morrerei miserável e abandonado, mas até ao fim manterei a riqueza de ser EU, politicamente incorrecto!

21.8.10

O MITO AUTÁRQUICO

Já aqui deixei algumas opiniões, relativamente ao mito da boa governação autárquica que em dado momento foi criado no país. Hoje escrevo mais uma reflexão sobre o assunto, e vou começar pelos gastos, porque na maioria das autarquias não há os investimentos, mas sim gastos, pois são coisas totalmente diferentes. A maioria das autarquias perdem-se em gastos desnecessários sem a preocupação de fazer investimentos.
O país encheu-se de rotundas e de passadeiras sobre-elevadas, já alguém fez um estudo sobre a eficácia, a eficiência, isto é as vantagem que isso trouxe para os cidadãos. Veja-se o número de mortos nas cidades, não houve qualquer alteração. A "rotundomania" foi apenas um modo de se pagarem favores eleitorais, através de obras na sua maioria desnecessárias, mal enquadradas e "sem qualquer utilidade", parafraseando o autor e arquitecto Edgar Linch.
Sobre as passadeiras sobre-elevadas, além dos graves prejuízos que causam aos veículos e por arrasto aos proprietários, só devem ter alguma vantagem para as oficinas, isto é para um grupo reduzido de cidadãos. Claro que mais uma vez estas obras são levadas a efeito por certas firmas ou empresas que de um modo ou outro apoiaram o candidato vencedor das eleições autárquicas ou que a partir de certo momento (deixado o poder) manobra diferentes canais de concursos, com influência junto de alguns decisores, nem que para isso passe a ter um cargo qualquer na dita empresa.
Por agora estamos conversados, mas o mito autárquico ainda tem muito que se lhe diga, como a história das viagens/excursões para os "velhinhos"! Lá chegaremos!

19.8.10

ESTADO DE DESGRAÇA

Voltarei à questão do poder local ou das autarquias, porém hoje, a minha reflexão vai noutro sentido, ainda que continuando a repisar as coisas da governação, ou governança com já muitos intelectuais apelidam. Somos e estamos num Estado de desgraça!
Um Estado que encerra escolas, que encerra postos médicos, que não aje contra os que fazem do crime o seu modo de vida, mas em contrapartida pactua com a exploração dos trabalhadores, que persegue quem o contesta, é um Estado corrupto! O nosso Estado é um estado CORRUPTO! De uma vez por todas tenhamos consciência disso! A corrupção não só aquela em que se recebe uma boa maquia ou qualquer outra contrapartida. Não agir para defender os mais fracos, por se colocar ao lado dos mais fortes é corrupção, porque contraria todos os princípios que estiveram na origem do Estado moderno! Este é um Estado de Desgraça, um Estado CORRUPTO!
Portugal está a dar definitivamente o último passo para a cleptocracia. Com a abertura dos grandes espaços aos domingos, o Estado, através deste governo, acabou por vender, como escravos, os seus cidadãos ao poder económico.
Não tenhamos dúvidas do que nos está a acontecer, quer em termos centrais como locais! Nós estamos a ser roubados, desde os vencimentos reduzidos ao aumento imparável de impostos para que outros se possam encher à nossa conta. Isto é cleptocracia, isto é corrupção, por acção ou omissão, tanto dá! Isto é um Estado de Desgraça, e não venham dizer que é a Europa, apesar de lá os sintomas serem iguais, mas basta ver quem a governa!
Estamos num Estado de Desgraça... definitivamente!

18.8.10

FALSAS VIRTUDES

Há uns anos a esta parte, começou a difundir-se a ideia, pelos diferentes quadrantes políticos, que as autarquias eram um modelo exemplar de boa gestão dos dinheiros públicos! Ora nada mais falso e bem pelo o contrário. Ora sobre este assunto me irei pronunciar nos meus próximos escritos, como reflexão no sentido de desmascarar este mito. Um mito assente em falsas virtudes
Desde logo o próprio sistema de representatividade é no geral contrário a todo o sistema político português, pois é um modelo presidencialista, ao invés do que se passa no governo central. Quer nos Municípios como nas Freguesias o poder está centrado no Presidente da Câmara ou então no Presidente das Juntas. Portugal tem 4260 Freguesias e 308 Municípios, que representam o que eu costumo designar de 4568 aprendizes de ditadores. Porque o são de facto ainda que não o sejam de direito.
Não interessa muito estar aqui a dissecar a quantidade de pessoas que se movimentam nos diversos órgãos destas autarquias, que serão umas boas centenas de milhar... como em tempos disse um primeiro-ministro: "basta fazer as contas"! O que se pode dizer é que perto de um terço dos municípios não se justifica, por isso o número ideal andaria pelos 200/220, e quanto às freguesias pelo menos um quarto é um autêntico exagero, justificando-se no máximo a existência de umas 3000/3100. Mais tarde ou mais cedo esta reforma vai ocorrer, e por isso não estranha que o poder central ande já a encerrar escolas, hospitais, centros de saúde e outros serviços. Para quem estiver atento... a mensagem está no ar, porque também já no Terreiro do Paço há muito que se descobriu que afinal são tudo falsas virtudes... as do poder local!

17.8.10

A QUEDA DO MURO

A queda do Muro de Berlim, como todos sabemos foi mais que o simples ruir de uma obra de betão armado, devidamente apetrechada para impedir fugas do leste para o Ocidente. Os seus efeitos foram de tal ordem que ainda os estamos a sofrer hoje e ainda assim continuaremos durante algumas décadas. O impacto foi de facto fomenal, tanto que alguns analistas políticos, apelidaram o acontecimento como o início do século XXI (estávamos apenas a 8 de Novembro de 1989).
Mas as repercussões têm-se manifestado exactamente no século XXI. Em termos ideológicos a Esquerda democrática em vez de se repensar e aproveitar o que tinha de bom, fugiu encostando-se à Direita, em certos casos uma direita retrógrada em tudo contrária aos princípios da Esquerda. Nos próprios países do leste onde se começou por referir que não tinha sido o comunismo a falhar mas sim, as graves derivas totalitárias de alguns comunistas, não se soube reinventar os ideais do comunismo e quase todos os partidos se colaram ao nacionalismo e ao populismo, nos países em que eram poder. Onde não estavam no poder tornaram-se mais radicais.
Com efeitos, hoje temos uma grande mancha ideológica que se apelida de Esquerda democrática que é de facto de centro-direita (um género de terceira via de Blair), e é alguma direita que agarra e assume os princípios da Esquerda. A queda do Muro, não deixou nada igual, e ruindo, assustou uma certa esquerda que dominada pelo medo de o ser, fugiu sem a coragem para iniciar a reflexão que se lhe exigia. Passados mais de vinte anos, será que ainda ninguém viu isso ou pelo contrário não tem vontade de ver. Eu continuarei a ser de Esquerda... mas nem da radical, nem da terceira via, da Esquerda democrática e social!

16.8.10

DISCURSO OPTIMISTA...

Os governantes portugueses, nomeadamente o primeiro-ministro, o ministro das Finanças e o Ministro da Economia, continuam a presentear o país com o discurso optimista, apesar de todos verem que a realidade é bem diferente daquela que apregoam. Mas mesmo que a retoma, como agora se diz, se venha a verificar os portugueses vão continuar na cauda da Europa e nunca mais verão repostos os direitos que entretanto lhes foram sendo roubados.
Não tenho pejo de assumir as minhas orientações políticas e tudo o que posso dizer é que me sinto traído. Dir-me-ão alguns que as razões de determinadas opções têm a ver com o contexto internacional e que estávamos obrigados a seguir o mesmo paradigma. Talvez, mas então os verdadeiros partidos socialistas e sociais-democratas da Europa têm de fazer uma profunda reflexão ideológicas, pois devem respeitar os princípios que lhe estão na génese, e se muito desconhecem foi o movimento sindical que lhe deu origem.
Foi numa perspectiva de defender os direitos dos trabalhadores contra a exploração, emergente da Revolução Industrial que fez surgir por toda a Europa um movimento operário, contestatário
das humilhações dos trabalhadores.

15.8.10

BICICLETAS E BOLA

Desde novo me recordo destas duas imagens, a bicicleta e a bola. Uma e outra como elementos de um desporto que fazia vibrar os miúdos. Bola quase todos tínhamos e era à sua volta que passávamos a maior parte do tempo de lazer, bicicleta era para os mais endinheirados, pois o seu preço não era nada convidativo. Eu tive a primeira com quinze anos, e numa manhã ao fim de três quedas seguidas já sabia andar, claro ainda com alguns tremeliques... mas já não caía.
Mas as bicicletas que me seduziam mesmo era do ciclismo, da Volta a Portugal que passava todos os anos pela minha cidade e porque a aldeia onde nasci ficava aí a uns três quilómetros e ficava no trajecto da estrada nacional, era ver a malta a aplaudir os homens da bicicleta. Homens e mulheres, garotas e garotas vínhamos para a borda da estrada bater palma e gritar para gente como o Agostinho, o Venceslau, Américo Silva, Leonel Miranda.
Já a bola, tinha a ver com o futebol, e o União de Tomar, na 1ª Divisão, a defrontar o Benfica de Eusébio, o Sporting do Yazalde ou o Porto do Cubillas. Primeiro acompanhando o meu pai e mais tarde já sozinho, mas espreitando sempre uma borla, lá ia eu todos os domingos vibrar durante alguns minutos, e embora fosse uma coisa quase exclusivas de homens também lá iam algumas mulheres. Um dia uma senhora fazia "crochet" na bancada, toda entretida, sem ligar ao que se passava no campo eis que entretanto um grande alarido: "é penalty", e ela levantou-se de repente e gritou para o campo: "seu filho da puta não viu que foi penalty". Esta é talvez a coisa mais engraçada que me lembro desses tempos.
Mas vem isto hoje à conversa, porque acabou a 72ª edição da Volta a Portugal e começou mais um Campeonato Nacional de Futebol da 1ª Divisão (estou-me borrifando para os outros nomes) e claro, senti saudades das Bicicletas e Bolas de outros tempos!

14.8.10

TRÊS MOMENTOS

Que não são bons os tempos que correm todos sabemos, não só por cá como na generalidade do planeta. Mas de qualquer forma tenhamos a sensatez de dizer que já houve ocasiões bem piores na história da humanidade e todos eles foram ultrapassados, com mais ou menos dificuldades, por isso hoje resolvi recordar aqui três momentos históricos que coincidiram com uma mudança e que ainda hoje influenciam a nossa vida. Escolhi um assunto restritamente português, outro europeu e ainda um mundial. Resumidamente, três momentos com data de 14 de Agosto.
Em 1385, as tropas portuguesas (com alguns reforços), venceram a Batalha de Aljubarrota em combate com o exército castelhano. No dia antes (13 de Agosto), as colunas de Nuno Álvares Pereira e D. João I, tinham-se reunido, antes de avançarem para norte, na minha terra (Tomar) e por isso cá existe uma rua 13 de Agosto. Mas quanto à importância da batalha, diga-se que será o momento fulcral da identificação da Portugalidade. De uma vez por todas ficou patente que seria muito difícil a parte ocidental da península se submeter ao poder do Iberismo, mas com o correr dos séculos a ameaça regressou!
A 14 de Agosto de 1945, o imperador do Japão, comunicou a rendição aos Estados Unidos da América, conferindo a esta o estatuto de vencedor da II Guerra Mundial, num conflito que se havia iniciado por Adolfo Hitler. Considerado com o momento do fim da Guerra, fez criar a ilusão de que o mundo jamais voltaria a viver conflitos armados, e esperanças nos povos para uma vida com mais igualdade. Como o tempo veio a confirmar, nem tudo se passou assim!
Em 1980, Lech Walesa, electricista de profissão e dirigente do Sindicato Solidariedade, inicia o cerco aos estaleiros de Gdansk, contra as medidas persecutórias e de repressão do governo polaco, no que terá constituído o mais forte ataque (pelo menos vencedor) contra o centralismo e intervenção soviética nos países do leste. Também aqui a esperança e ilusão substituíram a utopia então em descrédito. Mas os tempos actuais... também não são de grande júbilo.
Três momentos, em que a esperança, foi só e apenas isso, esperança que depois teve muitas ocasiões de pura desilusão.

12.8.10

CRIMES E CRIMINOSOS

O país continua em chamas, na maior parte dos casos por razões criminosas. Por várias ordens de razão, mas uma bastante evidente é pela acção dos incendiários, e nesse caso estamos mesmo perante um crime concreto e que em muitas circunstâncias se conhece o autor. Porém este, levado a julgamento é quase sempre enviado para casa, ou porque o juiz "se está borrifando" ou porque um bom advogado lhe achou problemas psicológicos. Aqui está a segunda perspectiva de crime, ao "lavar as mãos" ou arranjado subterfúgios, a própria justiça comete um crime!
Depois a acção do Estado/governo que como não quer gastar dinheiro, não lhe interessa ter os criminosos na cadeia porque custam muitos euros por dia. Mas também porque como proprietário de muito espaço florestal não cuida dele nem acciona as medidas de prevenção, eis um crime contra o próprio país por quem deveria dar o exemplo. Depois temos a negligência dos proprietários privados que não limpam as florestas, e como o Estado age da mesma forma, por mais legislação que exista não obrigam ao seu cumprimento porque é o primeiro incumpridor.
Estes são os crimes e criminosos factuais, com responsabilidades do que se está a passar no país neste momento. Claro que nem queremos especular sobre os supostos interesses que também estarão em redor disto tudo, porque não existe suporte para o fazer, embora se diga muita coisa por aí.
Com tudo isto o que mais dói é que pessoas inocentes e dedicadas, como os bombeiros, sofram na pele tamanha desgraça, alguns pagando com a própria vida por causa de alguns criminosos que parecem rejubilar com os seus crimes!

11.8.10

ECONOMIA E CULTURA

Apesar da quantidade de incêndios que continuam a devastar o país, e dos bombeiros que pereceram nas chamas ou em deslocações para os combater (a quem presto a minha sentida homenagem) não é esse o assunto que pretendo abordar hoje. A minha reflexão vai mais no sentido da economia com uma variante cultural.
Em primeiro um aplauso para os membros de cargos directivos da BBC ao decidirem-se por uma redução dos seus salários na ordem dos 20%, de modo a evitar uma greve dos trabalhadores daquela prestigiada empresa pública, de grande relevo cultural. De uma vez por todas alguém dá mostras que não devem ser só os trabalhadores a pagarem a crise. Mark Thompson e os trinta elementos que tomaram esta decisão podem estar a dar um grande exemplo ao mundo! Por cá, e não só, esperemos que haja seguidores.
Outro aspecto prende-se com o pretenso pânico que hoje assolou as bolsas. Com tudo isto as economias nacionais continuam num autêntico carrossel. Mantenho o que disse desde a hora inicial desta grave crise económica: "congele-se a Bolsas por tempo indeterminado! E quem está em condições de fazer uma coisa dessas é o FMI em consonância com as oito maiores economias do mundo. Só a partir daí o dinheiro passará circular para os factores produtivos e não para mera especulação de casino, e haveria um crescimento da produtividade e da investigação que lhe está associada... ou será que estou a ver mal.
Por fim, fiquei satisfeito, como pessoa de cultura, em saber que a Biblioteca Nacional, adquiriu o mapa mais antigo de Portugal (1561), impresso em Veneza a partir de um original de Fernandes Álvares Seco, manuscrito do qual se desconhece o paradeiro, assim como não é muito conhecida a obra deste autor. Pelo menos neste aspecto a recuperação do mapa para o espólio nacional, acho que é um acto de elevado valor cultural, mas também económico.

10.8.10

QUESTÃO DE SAÚDE... OU TALVEZ NÃO!

Já aqui se escreveu sobre o sucedido na clínica de Lagos. Clínica privada, é preciso que se diga e se repita sem medo, já que corre a ideia, alimentada por uma série de filosofias do fim do século XX (na qual o nosso país também embarcou), que tudo o que é privado é melhor que o público, o que não corresponde à verdade. O privado é melhor do que o público, no aspecto do lucro, seja na saúde, na educação ou qualquer outro âmbito, nem que para isso tenham de ficar pessoas com vários tipos de deficiência.
Aliás esta filosofia, que também é apregoada pela Organização Mundial de Saúde, que enganou e volto a referir enganou o mundo inteiro com a gripe das aves, a famosa gripe A. A pantominice serviu a quem serviu e a dita pandemia roubou o dinheiro aos Estados para dar às farmacêuticas e aos amiguinhos que têm negócio com a OMS. Esta organização (como os FMI, OCDE e outras) são de facto uma cambada de ladrões e de aldrabões ao serviço de certos interesses. Por isso não levei qualquer vacina e esclareci que só me sujeitava a tal, desde com ordem de prisão e ainda devidamente amarrado!
Em qualquer destes caso, ficou evidente que as questões de saúde não foram tidas em conta, mas sim as questões económicas ou financeiras (enfim o lucro) de organismo internacional, ou de um agente local. As respectivas intervenções tiveram em atenção as questões de Saúde?... talvez não!!!

9.8.10

IMPOSTOS... E CARTÕES

A Comissão Europeia está a planear para Setembro a apresentação de uma proposta para vir a aplicar novos impostos que visam diferentes áreas. Para já conta com a oposição da Alemanha, o que não quer dizer que a ideia não avance. Impostos esses que irão ser pagos pelos cidadãos, que não tiram vantagem nenhuma dos mesmos e servem apenas para manter muitas mordomias em Bruxelas ou Estrasburgo como foi notícia ainda há pouco tempo! Esta ideia também tem os seus defensores em Portugal (eu sou contra!!!) e por agora a Alemanha não está para isso, mas no dia em que os alemães deixem de ser contra... eles aí estarão! É só uma questão de tempo, e claro teremos de pagar mais impostos.
Por cá a PJ deteve dois indivíduos que se dedicavam ao "altruísta" divertimento de clonagem de cartões bancários e parece que a verba "sacada" já totalizava alguns milhares de euros, e se como disseram a investigação ainda não está concluída, é de pressupor que o valor venha a conhecer números muito mais elevados e também se descobrir outros implicados. Cá por mim continuo com a minha teimosia: sou contra os cartões bancários (de crédito ou de débito). Tirando os de identificação obrigatória, cartão de cidadão, carta de condução ou de sócio da alguma colectividade, prefiro mesmo que não me passem cartão!

8.8.10

PARTIDAS DO TEMPO

Enquanto por cá os incêndios devastam uma das maiores riquezas do país, a floresta, na Polónia chuvas torrenciais estão a pôr o país em alerta! para quem estudou um pouco sobre os climas (eu estudei isso em Geografia, agora acho que se chama Meio Fisíco) não fica surpreendido com o que se está a verificar no Paquistão ou na China, pois todos sabemos que naquele local do globo se vive a época das monções. Já o que se está a passar agora na Polónia e na zona mais oriental da da Alemanha é que não era de esperar. São autênticas partidas do tempo!
Por vezes quando se ouve alguns ambientalistas a falar, ficamos com a sensação de estarmos em frente a uma série de fundamentalistas... talvez seja do modo que transmitem o seu discurso, mas parece que os factos lhe estão a dar razão. Com efeito o aumento gradual das temperaturas têm-se acentuado nos últimos anos e apesar dos discursos catastróficos, continua sem se fazer nada, ou então faz-se muito pouco! Daí, que tal inoperância esteja na origem de cerca de uma dezena de mortes!
Quer o Protocolo resultante da conferência de Quioto, no Japão, sobre as questões climatéricas (por isso ficou conhecido por Protocolo de Quioto) , quer as outras iniciativas que tiveram lugar quer em África como na Europa, têm resultado sempre em dircursos flamejantes de boas vontades, mas que depois na prática, não se traduzem em nada! Teremos de sofrer muito mais partidas do tempo, para que finalmente tenhamos de dar razão aos chamados "fundamentalistas" do ambiente, e das alterações climatéricas? Parece que sim!

7.8.10

O PÚBLICO E O PRIVADO

Além dos muitos incêndios, não só no nosso país, mas também a situação catastrófica na Rússia, tem sido notícia, nas últimas horas, os pacientes que foram operados à vista numa clínica privada no Algarve e que correm risco de cegueira. Esta entre muitas outras, tem para mim relevância superior viso ser um estudioso das actividades do sector público do Estado (a que habitualmente se chama administração pública). Há cerca de vinte anos para cá, para certos senhores, a culpa de tudo o que acontece de mau é da administração pública. Daí que, a partir de certo momento, se tenha começado a privatizar tudo ao desbarato, e se com algumas privatizações estou de acordo, muitas outras vão contra todos os princípios de um Estado de direito democrático.
O que se passou naquela clínica, prova que as coisas tanto correm mal no "público" como no "privado" e que tudo não passa de os profissionais serem ou não bons. Mas há um pormenores que é preciso esclarecer: tanto quanto parece, ainda que o responsável daquele estabelecimento seja uma pessoa (médico) com capacidade legal para o possuir e exercer a actividade, já o mesmo não se pode dizer da clínica, que segundo as informações era ilegal. Ora aí está, no sector público tudo é, tem de ser legal, enquanto no sector privado por vezes foge-se ao cumprimento da lei porque o que interessa é ganhar dinheiro. O cidadão comum interessa-se pouco com isto, mas aí reside o grande argumento do sector público, a sua sujeição à lei, e obediência a princípios que não visam essencialmente o lucro!
E já agora mais uma achega, porque isto deve ser dito e desmascarado. A grande falência do sector público (nas suas diferentes variantes) iniciou-se exactamente a partir do momento em que passou a ser gerido segundo os padrões do sector privado. Mas essa matéria será reflexão para outro momento!

6.8.10

O (NOSSO) DINHEIRO DOS BANCOS

Dizia ontem uma personagem daquelas que domina, a seu belo prazer, a economia portuguesa que se fosse necessário, a banca estaria disposta a pagar mais impostos! Deu-me vontade de rir não de alegria mas pelo descaramento daquele tipo. Porque os impostos não será ele ou o seu banco a pagá-los, mas sim o pobre cidadãos! Se temos saldo positivo, pagam-se despesas de manutenção, se temos saldo negativo, pagam-se juros de mora, se fazemos movimentos de certo valor paga-se em razão da quantia. Poderia enumerar aqui um quantidade de circunstâncias em que pagamos, portanto o dinheiro dos bancos não é deles, mas sim da maioria dos cidadãos, ainda que eles sejam obrigados a ter uma determinada quantia (tem um termo técnico que agora não recordo), para poder ser considerado viável. Porém verdade, verdadinha é que o dinheiro é nosso e eles fazem o que querem com ele, além de fazerem conluio entre si, (muito embora a dita cartelização seja proibida).
Acho que está na hora de se criar um movimento, anti-bancário que denuncie estas situações de completo saque, com a conivência dos aparelhos governamentais. Há que de uma vez por todas colocar estes senhores na ordem, quer os gestores como os outros accionistas. Ainda não sei como mas vou pensar a melhor forma de o fazer!

4.8.10

UM TERÇO

Escrevi ontem, que um determinado Ensaio me deu uma imagem sobre a realidade que estamos a viver actualmente. Um Ensaio escrito em 1993, portanto há cerca de 17 anos... isto é mais mês menos mês. Os efeitos de facto aí estão e gostaria de saber até onde isto nos vai levar, anós como país, ou a nós como sociedade! Estamos à porta de um cataclismo social, e não quero ser profeta da desgraça mas apenas ter uma percepção real do que me rodeia.
Hoje li que um relatório da União Europeia, de 2009 (mas só agora divulgado), aponta para que 22% dos trabalhadores portugueses têm uma relação de trabalho, temporária, só ultrapassada pela Espanha e pela Polónia. As palavras têm o valor que têm e muitas vezes a utilização de termos diferentes leva-nos a interpretações diferentes. Ora o que se verifica exactamente é que 22% dos trabalhadores portugueses têm (tinham naquela data) trabalho precário. Este número certamente já aumentou, ao que se devem juntar os mais de 10% de desempregados, o que sem grandes raciocínios nos leva a concluir que o terço da nossa força de trabalho (isto é riqueza e produtividade) vive um estado de insegurança económica. Sendo assim, mesmo que existissem milagres em Fátima, será muito difícil sair da recessão económica em que caímos a partir de 2008 pois uns (desempregados) não têm dinheiro para impulsionar as trocas e dinamizar a economia e outros (precários) por medo reduzem os seus gastos ao mínimo, retraindo o dinamismo. Um terço do país está às portas da miséria, enquanto a banca continua a ter lucros astronómicos e a afirmar que é o mercado a funcionar! Não! Não é! É o regresso da escravatura, ou como escreve Alain Minc "A Nova Idade Média"!

3.8.10

LEITURA PRECIOSA

Sei que há muita gente que não gosta de ler e até pessoas que gostam de escrever e não são grandes adeptos da leitura. Para já deve dizer-se que para se escrever razoavelmente tem de se gostar da leitura, fazê-lo com alguma regularidade e acima de tudo interpretar e compreender o que se está a ler. Toda a escrita tem uma mensagem. Numa obra literária, a mensagem pode ser moral, social ou política, numa obra de investigação sobre a matéria em estudo, nos trabalhos de ensaio sobre o tema da reflexão escolhida. Ainda que o autor tenha por vezes, como finalidade satisfazer o seu ego quando escreve, o essencial é fazê-lo para alguém que vai ler e dentro do possível servir-se de uma linguagem acessível ao comum dos mortais.
Vem isto a propósito de uma leitura que iniciei há poucos dias, de um autor francês (Alain Minc) sobejamente credenciado, do livro intitulado "A Nova Idade Média". Comprei esse livro há cerca de dois anos, mas como vou tendo sempre coisas para ler, aquele foi ficando para trás, até que chegou a sua vez. O livro foi editado em França, em 1993 e publicado um ano depois em Portugal, para meu espanto, faz uma análise contextualizada e fundamentada da dita crise que hoje estamos a viver. Um ensaio fabuloso! O cruzamento de diversas variantes, políticas/militares e económicas desbravam panoramas no sentido de nos levarem a uma observação do mundo que nos rodeia e quase num sentido profético prevê para os inícios do século que agora vivemos (XXI) a hecatombe de todos os paradigmas da realidade social que conhecíamos, e a total destruição dessa sociedade, exactamente como se está a verificar. No final da leitura, que considero muito preciosa, saberei, certamente, entender melhor a actual realidade ainda que não concorde com ela. Sem dúvida uma leitura preciosa... e embora tivesse vindo um pouco atrasada não deixa de ser oportuna!

2.8.10

DE ARRASAR

Há muitos anos que não me deitava antes da meia-noite! Aconteceu ontem! Não que seja dado a noitadas de copos, embora ocasionalmente até possa acontecer, mas porque a escrita e a leitura têm um efeito durante a noite que não têm durante o dia. A noite transmite-lhe magia e força e por vezes embala-nos a alma!
Depois do fim-de-semana de arrasar ontem fui para a cama por volta das onze horas! Primeiro na sexta-feira, levantei-me às 6 da manhã por causa de uma reunião em Lisboa e deitei-me á hora normal (minha) entre as 2 e as três, mas no sábado voltei a levantar-me às 6 horas para ir para a excursão e andei desde as 9,30 dentro de água (na praia) até à uma e depois de almoço voltei às 16 até às 18 horas. Cheguei a Tomar, tomei um duche e meti qualquer coisa no bucho e fui assistir a uma peça de teatro, chegando a casa por volta da 1 hora... mais um pouco de leitura e escrever umas patetices e eram 3 quando me deitei. Ás 4,30 estava a pé para fazer companhia ao João Rodrigues e aguentei a viagem toda (160 Kms) sem fechar olho. Chegámos a Maçoida, a casa dos familiares dele, conversa para cá conversa para lá, uma visita ao local da festa da localidade e o corpo a quebrar. Andei todo o dia de rastos, naquela condição que nem o momento mais estimulante que se pudesse imaginar me faria arrebitar. De regresso a Tomar, nem jantei (pudera também estava empanturrado) tomei um duche e caí (não me atirei, caí literalmente) sobre a cama e só acordei hoje às 7 da manhã! Foi mesmo de arrasar!