28.2.11

DIA DE TOMAR

Ora amanhã é o dia do meu concelho. Tanto quanto reza a lápide que se encontra no interior do Castelo dos Templários, erigido num outeiro do lado direito do rio Nabão, Gualdim Pais iniciou a sua construção no dia 1 de Março de 1160. Ao contrário do que lhe havia sido concedido, o grão- mestre da Ordem em Portugal, optou por construir um Castelo de raiz, ao invés de recuperar o de Cera que lhe fora doado por D. Afonso Henriques. Consta que a sua localização era em termos estratégicos muito mais vantajosa por dominar em termos visuais uma grande extensão o que permitia vislumbrar o avanço do inimigo (muçulmano) a longa distância.
Seja como for, por uma ou outra razão que agora não é fácil de descortinar, apesar das muitas especulações que se possam fazer, foi naquele local que a Ordem dos Templários teve a sua sede em Portugal, e onde mais tarde também se fixou a Ordem de Cristo, depois de ter sido localizada em Castro Marim, na sequência da extinção do Templários. O Rei D. Dinis, na minha opinião um dos homens mais inteligentes da história portuguesa, teve a coragem de "obrigar" o Papa a criar a Ordem de Cristo. Assunto que eu por acaso abordo em ficção no meu romance "Em Nome do Pai, do Filho e..." editado em 2009. Aliás da mesma maneira que faço em relação à perseguição aos judeus.
Tomar para uns e para outros teve muita importância, ainda que hoje seja quase ignorado no mapa de Portugal. Mas amanhã é Dia de Tomar!

26.2.11

O MERCADO

Atribulada a situação da Líbia como havia sido na Tunísia e no Egipto (desculpem eu continuo a escrever assim), mas que certamente não se vai esgotar na simples troca de ocupantes das cadeiras do poder. Aliás é confrangedor que os meios de comunicação tenham, sucessivamente, calado as notícias de um ou outro Estado, após surgir uma convulsão social num outro, como se no primeiro todos os problemas ou acontecimentos merecedores de ser notícias se tivessem esgotado de uma vez. O mercado assim obriga!
Claro está que nem me estou, sequer, a referir ao conceito de notícia, que a partir de um certo momento passou a estar exclusivamente relacionado com o que de mal acontece num certo lugar, ou qualquer coisa de invulgar em determinado sítio ou momento. Recordo aquela famosa frase (da qual agora não recordo o autor) que expressava: "notícia não é o cão morder no homem, mas sim o homem que mordeu no cão". Assim vistas as coisa pouco mais há a fazer nesta sociedade quanto ao que é noticiável e razões que levam a ser objecto de notícia. Tudo se resume a uma questão de mercado e ao que mexe mais com os valores emocionais das pessoas! O mercado assim determina.

25.2.11

AUSÊNCIAS

Não tem nada a ver com a confusão que anda para o Médio Oriente ou com a subida assustadora do preço do petróleo, ou dos juros da dívida portuguesa, mas sim com outros problemas da minha vida particular. Com a eleição para secretário da Direcção da Associação das Aboboreiras deixei de ter o tempo livre que tinha! Agora as coisas são muito mais cronometradas e o tempo passou a ser um "bem" cada vez mais escasso. Eis a razão das minhas ausências!
Escassa também tem sido a paz no Médio Oriente e Norte de África com ameaças de se propagar a outros países. Mas o que acho ridículo, para não dizer hipócrita, é o ataque das democracias ocidentais aos ditadores agora caídos em desgraças, quando ainda há pouco tempo os bajulavam como se fossem deuses imortais do Olimpo. Entre esses grandes hipócritas estão os Estados Unidos, mas infelizmente Portugal também faz parte do grupo.
Amanhã à noite vou assistir à despedida do Palhaço Esparguete. O Manuel António, vai pôr fim a uma longa carreira de palhaço amador que deu muitas alegrias às crianças dos concelhos de Tomar e vizinhos. Vai dedicar mais tempo ao teatro sério e tentar transmitir algo do que sabe aos mais jovens. O Manuel António merece o meu aplauso e de muita gente. Certamente não estarei ausente!

15.2.11

ACHO VERGONHOSO

Vão desculpar a minha sinceridade, mas acho que ela se justifica. Num país que teve nomes das letras como D. Dinis, padre António Vieira, Luís de Camões, Gil Vicente, Herculano, Garrett, Eça, Camilo Castelo Branco, Júlio Dinis entre tantos outros que escreveram numa das línguas mais belas da humanidade, custa-me ver certas pessoas recorrerem constantemente ao inglês. Acho vergonhoso e uma típica atitude de provincianismo doentio. Já em vários locais e momentos me tenho insurgido contra isso.
Eu até lido bastante bem com o inglês, aliás correspondo-me com uma pessoa em inglês (mas muitas vezes transmito-lhe informações em português), em certo aspecto domino o francês, compreendo o italiano e o espanhol, que leio com à vontade ainda que não escreva estas últimas duas, além de ter conhecimento vasto do grego e latim clássicos, considero que é de um pedantismo saloio, ouvir ou ler termos em inglês no contexto de uma frase em português sem que nada o justifique.
Eu que por acaso até traduzi todo o meu trabalho de mestrado para inglês, tendo necessitado apenas de uns pequenos reparos, não concebo que este nosso idioma seja conspurcado desse modo como muitos fazem. Recordo pois com simpatia os timorenses que nunca deixaram morrer a nossa língua, aquela que Afonso Henriques começou por impor em oposição ao galaico-latino que se falava no espaço que iria tornar Portugal. Acho vergonhoso não termos isso como exemplo!

14.2.11

PALAVRA DE AMOR

Está praticamente concluído mais um dia, que há uns anos para cá passou a ser comemorado como o dia dos namorados, mais conhecido em termos religiosos por dia de São Valentim, coisa que nos meus tempos de adolescente não acontecia. Mas está febre louca por assinalar todos os dias com o seu quê de especial tem duas razões subjacentes. Por um lado há toda uma máquina económico-mercantilista que apela ao mais intimo dos sentimentos humanos, recordando-lhes estas datas e conduzindo-os a um consumismo injustificado. Por outro lado com toda a parfenália de comemorações os cidadãos acabam por se demitir da sua responsabilidade e são incapazes de reagir contra as injustiças que se cometem.
Neste corropio de vida, em que queremos chegar a todo o lado esquecemos o essencial e por isso não admira que nos últimos tenham sido imensas as notícias de pessoas de certa idade que são encontradas mortas, e que estavam há vários dias, meses ou anos nessa situação. Mas acho que além de um certo egoísmo há aqui outra coisa... algumas destas pessoas estão a morrer de fome, coisa que até agora ninguém teve a coragem de denunciar. Pode não ser por falta de posses, talvez nalguns casos seja, mas por falta de assistência. Isto merece um grito de revolta, que será talvez a melhor palavra de amor para com os nossos semelhantes.
Eu não penso como pensa e afirmou o Presidente da República (actual e futuro) quando ainda era primeiro-ministro "bem quanto aos reformados a única coisa que podemos esperar é que morram". Parece que é isso que o país está a fazer!

13.2.11

13 DE FEVEREIRO

Hoje, não vou tecer muitos comentários, até porque é dia 13 de Fevereiro e por mais importantes que fossem os assuntos de actualidade, nenhum me merecia tanta atenção e dedicação como o aniversário da minha mãe que completa hoje 78 anos. Pena é que esteja naquele estado letárgico que resulta da doença de Alzheimer, mas mesmo assim é o dia do seu aniversário.
Por casualidade também é o dia em que D. Maria II assinou (1844) o alvará de elevação da vila de Tomar à condição de cidade, a primeira com esses estatuto no distrito de Santarém. Uma dupla satisfação, pela mãe carnal e pela mãe terra.

12.2.11

AMEAÇAS

Durante muito tempo a ameaça maior foi, e talvez ainda não tenha deixado de ser, a entrada do FMI em Portugal. Agora, como muito maior actualidade, a ameaça mais evidente é a queda do governo em virtude da hipotética Moção de Censura que o Bloco de Esquerda se prepara para apresentar e teve o condão de ser anunciada com um mês de antecedência. Pelos vistos, vamos ter de viver de ameaça em ameaça. Interpretemos as duas.
Quanto ao FMI, provavelmente até nem seria assim tão mau pois é essa a conclusão que tiro de um artigo que li no Diário Económico online, e no qual se expressa a opinião de personalidades da vida política nacional que estiveram ligadas à visita do fundo em 1983. O pior dos efeitos seria o de passar um atestado de incompetência aos nossos governantes das duas últimas décadas, o que não seria nada de novo pois o portugueses já o sabiam!
Quanto à outra ameaça, a de queda do governo, não é nada que não se especule há algum tempo nos mais diversos corredores da política. Analistas, comentadores, economistas e políticos, já se manifestaram em diferentes momentos sobre o assunto. A Moção de Censura apresentada pelo BE, não é porém a mola detonadora desse acontecimento e é muito mais uma reacção à colagem do BE ao Partido Socialista durante as Presidenciais. Derrotado Manuel Alegre o BE tinha de tomar uma posição de força com uma mensagem do tipo "nós não queremos nada com eles que até são culpados dos maus resultados eleitorais"!
Visto bem tudo não passa de um jogo sem resultados, o FMI não vem e o governo não caia, pois como se aprende em economia as grandes ameaças permitem sempre grandes oportunidades.

11.2.11

(DES)CONFIANÇA

A tarde de ontem foi marcada por duas notícias que mostram a desconfiança que os cidadãos têm nos governantes. Porém diga-se de passagem que governar também não é assim nenhuma pêra doce, como se costuma dizer!
Mas vamos às notícias, uma nacional e outra internacional! A nacional resume-se à declaração do Bloco de Esquerda afirmando que vai apresentar uma Moção de Censura ao governo daqui por um mês! De censura porque não tem confiança e porque o governo não apresentou uma Moção de Confiança como tinha sido desafiado. A nível internacional, foi o discurso de Osni Mubarak que criou a expectativa da resignação ao cargo de Presidente, contudo disse exactamente o contrário do que o povo queria ouvir e a contestação continuou até que hoje pediu a demissão. Alguma coisa me diz que o governo por cá também já estará a pôr as barbas de molho, muito embora vá aproveitar o tempo para fazer auto-propaganda.
Aliás já começou hoje com a ministra da Saúde a dizer que em Janeiro desceram as despesas do Serviço Nacional de Saúde em cerca de 6%. Olha que admiração, com os cortes efectuados nos vencimentos com os cidadãos a pagarem como de um serviço privado se tratasse, e as pessoas a terem de ser obrigadas a sofrer em silêncio do que irem ao médico por falta de dinheiro para os exames e medicamentos, só podia baixar! Diga-se que até baixou pouco!
É por causa de tal (des) confiança que os governantes são cada vez mais os maus da fita!

10.2.11

NÃO PERCEBI...

José Sócrates parece que não é deste mundo, nem deste país! Ontem rejubilou de satisfação, ao saber que a cobrança de impostos estava a cumprir os parâmetros definidos no Orçamento, com a justificação que era um sinal da dinâmica da economia! Esqueceu-se de ler ou ouvir que no ano que passou se registou um aumento de 80% nas famílias que declararam falência, isto é que não têm hipóteses de sobreviver! Não percebi a sua alegria!
Hoje, ele e os seus comparsas, voltaram a mostrar-se felizes. Primeiro com benesses às empresas exportadoras e depois fazendo a festa no Parlamento pelo aumento das exportações portuguesas, e se este aspecto não o condeno, já o outro me deixa alguma dúvida! Sinceramente não percebi qual o seu alcance!
As empresas que tiverem trabalhadores no estrangeiro vão ter benefícios fiscais? Então do modo como está o Código de Trabalho, alguns patrões sem escrúpulos vão obrigar os trabalhadores a irem para o estrangeiro fazendo lá o trabalho que lhes interessar e quem não obedecer já sabe o caminho da rua está aberto! Despedimento pois claro!
Ou então as empresas passam a contratar trabalhadores desses países, principalmente naqueles onde te trabalha por uma mão-cheia de arroz e aumentam os lucros porque recebem apoios do Estado, têm mais mão-de-obra e mais barata e quanto aos trabalhadores portugueses, resolvem o problema com a sua dispensa! Despedimentos pois claro!
Por outro lado, se alguns trabalhadores até arriscarem ir para o estrangeiro ou serão quadros superiores ou todos os outros irão para morrer à fome tal é a diferença de vencimentos desses países (se forem países desenvolvidos) e o patronato pagará o ordenado que cá se pratica. Se pelo contrário forem para países de rendimentos mais baixos é esse que lhe pagarão e ficam por cá os familiares a viver à mingua! De facto não percebi o que quer este primeiro-ministro!

9.2.11

A NOSSA (IN)JUSTIÇA

Parece que está marcado para 24 de Outubro o julgamento dos ex-administradores do BCP, que são acusados de manipulação de mercado e falsificação de documentos. Claro que essa será só a primeira sessão do julgamento e se as coisas se passarem como noutros que temos conhecido, poderemos estar neste mesmo espaço, daqui a cinco anos a abordar a questão da decisão final dos juízes, favorável ou não aos acusados!
Sem dúvida que até prova em contrário qualquer cidadão é inocente, facto pelo qual se for a condição dos actuais acusados, acaba por ser uma injustiça verem os seus nomes apontados na praça pública durante muito tempo e sem razão para tal. Mas se pelo contrário, forem culpados, também é uma injustiça porque entretanto já tiraram grandes dividendos das burlas e crimes que supostamente cometeram, além de ser também um prejuízo acrescido para os lesados.
Este padrão da justiça deixa muito a desejar e cria no cidadão comum a ideia de impunidade para um certo tipo de pessoas. É neste contexto que se encaram os casos Freeport, Casa Pia e BPN. Este, hoje a conhecer mais um episódio, com o principal acusado a não se apresentar em tribunal, com a justificação da idade e da saúde e que querendo fazer uma apresentação de PowerPoint, por interposto representante para esclarecer o Tribunal. E eu que pensava que já se podiam fazer julgamentos por vídeo-conferência... ou isso é um serviço só disponível para alguns! É assim que vai a nossa (in)justiça!

8.2.11

TRAIÇÃO

Os Estados Unidos, como grande polícia do mundo que pretende ser, terá solicitado há cerca de um ano que a União Europeia aprovasse uma directiva que obrigasse os Estados Membros a fornecer todos os dados pessoais dos cidadãos europeus, fundamentando o pedido por uma razão de segurança nacional (USA) para poderem dispor de elementos suficientes que permitissem o combate ao terrorismo com maior eficácia. A união Europeia descartou-se essa hipótese, dando a cada Estado a hipótese de o fazer a título individual!
Alguns países recusaram-se a isso, quer por questões de Direitos Humanos, quer pelo Direito à Privacidade dos seus cidadãos. Portugal optou por entregar tudo sem que ouvisse os portugueses para esse efeito, e com graves ameaças para os seus cidadãos. Estamos aqui perante um crime de Estado como, por palavras mais leves, lembra a Comissão Nacional de Protecção de Dados. Ora numa época que há petições para tudo, neste contexto é que era necessária uma petição e a abertura de um processo crime contra o Estado por uma quantidade assinalável de portugueses.
Se porventura alguém iniciar um processo desses cá estou para aderir, tanto para a petição como para mover um processo crime contra o Estado. Não que seja contra o meu país porque gosto imenso dele, apesar dos defeitos, mas contra os traidores que vendem a vida dos seus concidadãos para ficar bem vistos aos olhos dos americanos! Para traição já bastou a invasão do Iraque!

7.2.11

OPINIÃO CREDÍVEL

Li com atenção a opinião do ex-ministro da Economia e meu professor de Economia e Finanças Pública de mestrado, Doutor Augusto Mateus. Parece-me que até à presente data ninguém ainda tinha tido a coragem de apontar o dedo com tanta ênfase para a banca e para os procedimentos que levaram a crise que se instalou em Portugal. Todos sabemos que as finanças públicas não andam bem , mas Augusto Mateus não de coibiu (e com razão, a meu ver) de afirmar que a banca é responsável por "pecados éticos imperdoáveis", na gestão do risco, acusando-a de querer ganhar tudo e do modo mais fácil e mais rápido.
Além de concordar com esta primeira opinião, também concordo com aquela em que refere que os portugueses perderam a confiança no sector financeiro, o que em minha opinião, mais tarde ou mais cedo, poderá ter graves consequências para o sector, nomeadamente através de uma invasão do mercado por parte de bancos estrangeiros. Ainda que a apreciação não fosse exclusiva para o nosso país, o facto é que Augusto Mateus, após uma abordagem genérica também se referiu a Portugal neste aspecto. Já a sua apreciação geral apontam um caminho, pois para ele o mundo financeiro "só vai sair desta crise quando fizer a própria correcção desta realidade" e assim trave a sangria de confiança dos cidadãos e consumidores que se está a verificar em muitos dos países considerados desenvolvidos!
Uma opinião credível, da qual partilho claramente e da qual já fizera eco, ainda que por outras palavras e não possuindo os dados técnicos nem conhecimentos do douto economista.

6.2.11

UNIÃO EMPRESARIAL

Há coisas que por mais que se reflicta sobre elas, nos deixam confusos. Lemos, estudamos, reflectimos e não chegamos a conclusão nenhuma. Ainda hoje me recordo que aquando da minha frequência do Mestrado em Administração e Politicas Públicas, sermos confrontados (os alunos) com o facto de não existir nada nos diversos acordos que obrigasse os Estados a privatizarem determinados serviços que eram de elevada importância. No entanto, na prática, quase todos os Estados os tinham privatizado, ou vieram a privatizar no futuro.
Aliás uma atitude que contrariava o estatuto de Serviços de Elevado Interesse Público, que era um padrão mais adiantado e exigente que os nossos Serviços Públicos Essenciais. Estas duas terminologias discutiram-se durante cerca de uma década e a filosofia que lhe estava subjacente era a sua importância para a vida humana, sem eles o ser humano da actualidade não poderia sobreviver, ou pelo menos ter uma vida com um mínimo exigível de conforto. No seio do grupo (comissão) em que esta questão era discutida a linha de orientação que acabou por se impor, não aceitava que tais serviços fossem externos ao próprio Estado. Havia uma ressalva, que era o caso em que anteriormente isso fosse uma realidade, e nesse situação deveriam ser criadas entidades reguladoras para que o cidadão não fosse prejudicado por certos monopólios naturais.
Ora acontece que, sem se terem verificado alterações nas decisões ou recomendações, quase todos os Estados acabaram por privatizar os referidos serviços, criando, na sequência disso, as tais entidades reguladoras, com grande parte dos funcionários que em virtude da privatização tinham sido dispensados. O que se passou é que tais entidades foram capturadas pelas novas empresas desses serviços e hoje não regulam nada e para pouco servem, enquanto que ao arrepio do que a Comissão que defendia os consumidores, toda a política de consumo foi destruída. A União Europeia transformou-se numa União Empresarial.

5.2.11

SOBERANIA?

O presidente francês e a chanceler alemã querem impor uma série de normas aos países da zona euro para evitar novas situações de crise. Compreende-se que seja só a estes e não à totalidade da União Europeia, pois é natural que os britânicos contestassem e votassem logo contra, sem qualquer outra discussão.
Na sua génese a ideia até pode ser positiva, já seria um modo de controlar hipotéticas situações de crise no futuro. Porém o pacto para competitividade que estes dois principais países do centro da Europa querem impor, mostra-se como mais uma rude machadada na soberania dos Estados membros da UE. Depois porque tal pacto, e sendo estabelecido neste momento seria injusto, visto a realidade ser diferente de Estado para Estado, mas igualmente numa ocasião em que os desequilíbrios e as assimetrias são mais profundas, condenando de imediato uma série de europeus à penúria ou à miséria.
Aliás a história ensina-nos e com ela devemos saber absorver os maus exemplos do passado para conseguir prever o futuro. No último século e meio, a França e a Alemanha desviaram no seu sentido o eixo do desenvolvimento e as tentativas de domínio da Europa, com os expoentes máximos de Napoleão e Hitler. Depois de guerras sangrentas, confrontos inúteis e desperdícios de meios, aqueles dois viram que poderiam lá chegar por outro modo e estão a conseguir! Há muito tempo que a maioria dos Estados europeus perdeu a sua soberania!

4.2.11

ORA AÍ ESTÁ!

Não é preciso ser bruxo ou perceber alguma coisa de economia para ver que isto ia acontecer. Com a subida do petróleo era natural que os combustíveis viessem a subir, exactamente como eu já tinha referido. Aliás esta é uma prática nacional de há muito tempo e que se traduz em um dos mais evidentes "roubos" aos cidadãos/consumidores, cada vez que ocorre uma subida do preço do barril de petróleo.
E porque é que é um "roubo"? Pelo simples facto de quando se dá a descida para o preço anterior nunca ocorrer a idêntica em termos do preço do petróleo. Passo a explicar: Petróleo a 90 dólares o barril, a gasolina em Portugal a 1,45 €; Sobe o barril para 102, sobe gasolina para 1,50 €; Desce o barril para 90, gasolina desde 1,47 €, ou 1,46. E é neste tipo de truques continuados e sem uma fiscalização atenta que as gasolineiras nos enganam... ou roubam! E isto, infelizmente, já se passa há muitos e continuados anos e nem a Autoridade da Concorrência faz nada! E não faz porquê?
Não faz nada porque ao próprio Estado interessa este tipo de coisas, pois quanto mais elevado for o preço maior é o valor do imposto em termos líquidos, se bem que ele seja sempre de 25 ou 30%, independentemente do preço da gasolina ao público. Com isto quem sai prejudicado é o cidadão que sem dar por ela sofre as consequências do agravamento do imposto, com o lucro a ser dividido pelas gasolineiras e pelo Estado! Ora aí está... como não é difícil fazer baixar o défice mais rápido que o previsto. Quem estará satisfeito com esta notícia que li há pouco deve ser o Teixeira dos Santos!

3.2.11

EM (O)POSIÇÃO

Está a aquecer o ambiente no seio do Partido Socialista! Até há pouco tempo pensava-se que José Sócrates iria concorrer sozinho às eleições directas que terão lugar no próximo mês de Março, mas com o que foi conhecido nos últimos dias poderá não ser assim! Parece que Jorge Lacão e Manuel Maria Carrilho em a colocar-se em (o)posição!
Afinal a vitória de Cavaco Silva poderá não ter sido tão boa para Sócrates como ele inicialmente pensava, e alguns militantes socialistas também! Pois outros dirigentes não esconderão alguma mágoa por ver que Sócrates tem perdido todos os actos eleitorais, excepto o primeiro onde ganhou a maioria absoluta e as últimas legislativas, porque o discurso de Manuela Ferreira Leite assustou os portugueses.
Mas se Sócrates é homem apenas de "espectáculo" como diz Carrilho, também não vejo neste as qualidades suficientes para ser Secretário-Geral! Quanto a Lacão, pessoa com a qual já privei umas vezes, não simpatizo com ele pelo simples facto de ser um daqueles que tem feito carreira na política e pouco na vida. DE qualquer forma, acho que nenhum deles se apresentará como opositor e estarão sim a prepara o terreno para que surja outro ou outros candidatos ao lugar, naquilo que no atletismo se designa por "lebres"!
De qualquer modo as intervenções destes dois dirigentes mexeram já com o grupo parlamentar do PS e até com o próprio presidente do partido, o que naturalmente fará surgir uma onda de solidariedade em torno do actual se(o)crátrio-geral. E quem sabe se tudo isso não é exactamente uma estratégia para que ele ganhe de novo com grande folga. Tudo isso é provável no mundo da política, a ver vamos! Para já parece que há gente em (o)posição no PS!

2.2.11

AS REUNIÕES DE CAVACO

Segundo parece o actual e próximo Presidente da República, reuniu-se hoje com os gestores dos três maiores bancos portugueses, num dia em que os juros da divida pública desciam, aliviando um pouco a pressão sobre o país. Desconheço se terá sido para dar a novidades aos respeitáveis gestores, se foi para agradecer o apoio durante a campanha eleitoral, ou mais alguma daquelas benesses que os gestores e donos de bancos lhe costumam conferir, que Cavaco Silva reuniu com eles pouco tempo depois da sua re-eleição!
Com tantos portugueses desempregados, com tanta gente com dificuldades económicas, Cavaco Silva só se lembrou de uns quantos sem-abrigo que recorriam à "Sopa dos Pobres" durante uma semana antes do acto eleitoral. Depois disso já os esqueceu e nem se vai voltar a lembrar porque já não precisa de concorrer novamente, um modo de ser altruísta exactamente na linha daquela decisão que tomou de abdicar do vencimento (porque a lei obrigava), cerca de 6.000 euros, para ficar apenas com o dinheiro das reformas, aproximadamente 10. 000 euros.
Certamente que não se preocupou de chamar a atenção ao gestor do BCP, que mesmo em tempo de crise se deu ao luxo de apresentar um lucro astronómico, como a maior das ofensas para os que trabalham no dia-a-dia e vivem em dificuldades. Ou então para perguntar àquele e aos outros se porventura faziam respeitar as leis laborais nos seus "impérios"! As reuniões de Cavaco irão continuar na minha linha, afinal tem sido esse o seu percurso e nem vale a pena dizer que veio do povo... porque o maioria do povo deu-lhe o nega, não o suficiente para o derrotar, mas pelo menos para o deixar pensativo!

1.2.11

DESPEDIMENTOS

Aquilo que há uns tempos atrás parecia apenas uma utopia, ou uma miragem longínquo e certo modo inalcansável, vai acontecer definitivamente. Os despedimentos na Função Pública vão ser uma realidade a curto ou médio prazo! E é extremamente fácil tirar esta conclusão, senão veja-se o panorama que resultou de ontem de uma intervenção de José Manuel Fernandes (ex~-director do jornal o Público) no encerramento das jornadas parlamentares do PSD.
Por um lado porque Pedro Passos Coelho disse, ao ser questionado pelos jornalistas, que essa não seria a sua opção se e quando chegar ao poder, o que em bom português quer dizer que vai ser exactamente esse o caminho, pois os nossos políticos dizem na oposição o contrário do que depois fazem no governo. Por outro lado porque a cada vez que Passos Coelho apresenta uma ideia que parece descabida, logo o actual governo, depois de criticar abertamente, converge no sentido da concretizar ainda que utilizando uma diferente terminologia ou fundamente a opção com as mais esfarrapadas desculpas.
Claro a tudo isto não é estranho o facto de já se falar abertamente na redução de autarquias, aliás como em tempos já aqui expus e que confirma uma informação veiculada por um meu antigo professor de mestrado, sublinhado que suspeitava que havia um acordo secreto entre o PS e o PSD para que isso fosse uma realidade. Ontem confirmei num sítio (site) qualquer que isso é um projecto que já existe desde 2005. Aí esta uma possível fundamentação para tais despedimentos!