25.7.11

ESTÁ LÁ??? É O MORTO???

Parece um título daquelas anedotas típicas do saudoso Raul Solnado, ou então uma criação de uma mente pouco equilibrada em termos psíquicos! Mas não é uma coisa nem outra, do mesmo modo que não é especulativo, nem uma figura de estilo, como não é também uma piada sádica. É certo que as coisas não foram bem assim e aqui encontra-se algum exagero, mas para que não fique o "suspense", eu diria antes ansiedade, vou contar a história.
Eu "morri", literalmente! Ou antes foi anunciada, divulgada, ou propagada a notícia da minha morte no fim-de-semana que passou. E como isto de se ter a certeza de certos acontecimentos é falar com o próprio, houve quem se desse ao trabalho de telefonar para o morto. Em termos de jornalismo isto chama-se obter a notícia na única fonte fidedigna! E numa época em que se apela tanto ao direito ao contraditório, nada melhor que escutar o sujeito da acção.
Mas foi verdade! Quando recebi o primeiro telefonema no sábado à hora de almoço, já pronto para tomar o café, estava longe de imaginar que durante três dias (pois prolongou-se por hoje) que em Tomar não se falava nem de crise, nem dos atentados de Oslo ou da morte da Amy, mas sim da morte do Saraiva. Depois daquele telefonema seguiram-se outros (cerca de quarenta) e depois de me perguntarem se estava tudo bem, os meus interlucotores diziam que era a notícia que invadia Tomar. Quando ontem cheguei ao Lar para visitar a minha mãe, as responsáveis e funcionárias que tinham um turno diferente do de sábado e só me viram naquele momento no domingo, quase que iam tendo um "treco" (não sei se de satisfação ou de susto que fosse uma alma do outro mundo). O certo hoje antes de chegar ao emprego, depois durante a hora de expediente (vieram cá saber se eu estava vivo!!!) e após sair todos me abordavam com a mesma conversa... de onde partira o boato ou como tivera origem? Não sei! E ainda que se trate de um assunto de muito mau gosto, temos que levar isto com algum sentido de humor e nesse capítulo, no meio de tudo isto, respeitando e agradecendo os telefonemas dos meus amigos, o que achei mais engraçado foram os telefonemas para o "suposto" morto, aos quais se podia empregar o título acima.

P.S. Devo dizer que há cerca de um ano escrevi uma peça de teatro com um enredo similar, de um individuo que não queria partilhar a fortuna como a família. Eu, não tenho nada e a peça foi escrita antes disto me acontecer, mas por vezes a ficção tem o condão de mostrar realidades.

7.7.11

PATRIARCA PERTENCE À SEITA

Depois de uma série de economistas e outros opinadores da treta, na maioria falhados de tudo - não fosse dormirem sob o nome imaculado de famílias burguesas que se encheram durante o fascismo do Estado Novo e continuam a fazê-lo no regime democrático - ficámos a saber que D. José Policarpo, Patriarca de Lisboa também advoga o roubo do salário aos portugueses para encher o bandulho aos banqueiros e especuladores. Diz que é uma medida justa! Então não havia de dizer sabendo-se as cumplicidades que existem entre a Igreja católica e os regimes nazis, fascistas e ditatoriais de direita e extrema-direita?

Com aquela carinha de anjo, mostrou-se mais um demónio à solta em que advoga a fome para os esqueléticos, e a gula para os gordos. No seu entender uma dor de barriga só se cura sem alimento mesmo que as causas da mesma seja exactamente a falta de alimentação. A teoria da Igreja sempre foi a da apregoar a misericórdia e a caridadezinha de modo a conseguir controlar o povo, pois deste modo vai fazendo as suas negociatas de "vender" cantinhos de paraíso aos pobres, enquanto os poderosos o têm por direito próprio. O patriarca e a respectiva trupe mostraram a falsidade sobre a qual se vão construindo muitos templos, e evita de vir com as teorias do serviço social que isso não passa de uma grande aldrabice. O patriarca pertence à seita que enriquece às custa da ignorância que se "refugia" em Fátima e outras patranhas do género. Foi por causa de tipos deste género que Cristo morreu, porque combatia-os sem dó. Ele bem expulsou estes vendilhões do Templo, mas os abutres voltaram assim que o viram na cruz.

5.7.11

A GRANDE FESTA

O país está em crise! O mundo está em crise! Muitas nações poderão entrar em incumprimento no âmbito dos pagamentos da sua divida externa, mas o povo de Tomar cumpre mais uma vez a tradição. Ou seja, mesmo com enormes as dificuldades, pelo empenho que se tem visto por aqui não entraremos em incumprimento. A Festa dos Tabuleiros está aí, e é com esta que o povo de Tomar tem um compromisso secular. Para os tomarenses esta é a verdadeira Festa e diga-se em abono da verdade que assim é, mesmo se entendida do ponto de vista sociológico.


Já começou no passado fim-de-semana com o funcionamento dos arraiais e as muitas barracas de "comes e bebes" espalhadas pela cidade que condicionam a mobilidade das pessoas, mas sobretudo o estacionamento dos veículos. Mas já se sabe que é assim, pelo que não há que contestar, pois para vantagens de uns há sempre desvantagens de outros. E os tomarenses apesar de alguns inconvenientes fazem quase tudo pela sua festa e até algumas relações mais conflituosas são colocadas para trás das costas.


A primeira grande manifestação ocorreu no passado domingo com o "Cortejo dos Rapazes" e foi ver um mar de gente pelas ruas, mães, pais, avós, tios ou primos, orgulhosos dos seus pequenitos no desfile pelas artérias da cidade. Para quem não sabe o Cortejo dos Rapazes, é a Festa dos Tabuleiros em miniatura, isto é protagonizada pelas crianças dos jardins-escolas e escolas do 1º Ciclo (antigamente designadas por primárias). A cor, a alegria e a devoção já se descortinavam nas caritas inocentes da "pequenada".


Mais uma vez assisti com grande emoção e orgulho ao desfile dos "pequenos" vestidos a rigor com os seus cestinhos enfeitados ou os Tabuleiros miniaturas. Este ano tive uma convidada, uma amiga muito especial e acho que ela também gostou do que viu. Ela pode não ter gostado muito da companhia, porque além de não conseguir estar calado durante muito tempo, depois fi-la caminhar imenso pelas ruas para lhe mostrar alguns lugares de interesse e fazer uma visitinha à exposição do Lego. Porém, eu fiquei muita agradado e agradecido com a companhia e embora seja um "chato" acho que dei o meu contributo para desanuviar o seu mau estado psicológico resultante dos seus recentes infortúnios.