Hoje li que um relatório da União Europeia, de 2009 (mas só agora divulgado), aponta para que 22% dos trabalhadores portugueses têm uma relação de trabalho, temporária, só ultrapassada pela Espanha e pela Polónia. As palavras têm o valor que têm e muitas vezes a utilização de termos diferentes leva-nos a interpretações diferentes. Ora o que se verifica exactamente é que 22% dos trabalhadores portugueses têm (tinham naquela data) trabalho precário. Este número certamente já aumentou, ao que se devem juntar os mais de 10% de desempregados, o que sem grandes raciocínios nos leva a concluir que o terço da nossa força de trabalho (isto é riqueza e produtividade) vive um estado de insegurança económica. Sendo assim, mesmo que existissem milagres em Fátima, será muito difícil sair da recessão económica em que caímos a partir de 2008 pois uns (desempregados) não têm dinheiro para impulsionar as trocas e dinamizar a economia e outros (precários) por medo reduzem os seus gastos ao mínimo, retraindo o dinamismo. Um terço do país está às portas da miséria, enquanto a banca continua a ter lucros astronómicos e a afirmar que é o mercado a funcionar! Não! Não é! É o regresso da escravatura, ou como escreve Alain Minc "A Nova Idade Média"!
4.8.10
UM TERÇO
Escrevi ontem, que um determinado Ensaio me deu uma imagem sobre a realidade que estamos a viver actualmente. Um Ensaio escrito em 1993, portanto há cerca de 17 anos... isto é mais mês menos mês. Os efeitos de facto aí estão e gostaria de saber até onde isto nos vai levar, anós como país, ou a nós como sociedade! Estamos à porta de um cataclismo social, e não quero ser profeta da desgraça mas apenas ter uma percepção real do que me rodeia.
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