14.2.11

PALAVRA DE AMOR

Está praticamente concluído mais um dia, que há uns anos para cá passou a ser comemorado como o dia dos namorados, mais conhecido em termos religiosos por dia de São Valentim, coisa que nos meus tempos de adolescente não acontecia. Mas está febre louca por assinalar todos os dias com o seu quê de especial tem duas razões subjacentes. Por um lado há toda uma máquina económico-mercantilista que apela ao mais intimo dos sentimentos humanos, recordando-lhes estas datas e conduzindo-os a um consumismo injustificado. Por outro lado com toda a parfenália de comemorações os cidadãos acabam por se demitir da sua responsabilidade e são incapazes de reagir contra as injustiças que se cometem.
Neste corropio de vida, em que queremos chegar a todo o lado esquecemos o essencial e por isso não admira que nos últimos tenham sido imensas as notícias de pessoas de certa idade que são encontradas mortas, e que estavam há vários dias, meses ou anos nessa situação. Mas acho que além de um certo egoísmo há aqui outra coisa... algumas destas pessoas estão a morrer de fome, coisa que até agora ninguém teve a coragem de denunciar. Pode não ser por falta de posses, talvez nalguns casos seja, mas por falta de assistência. Isto merece um grito de revolta, que será talvez a melhor palavra de amor para com os nossos semelhantes.
Eu não penso como pensa e afirmou o Presidente da República (actual e futuro) quando ainda era primeiro-ministro "bem quanto aos reformados a única coisa que podemos esperar é que morram". Parece que é isso que o país está a fazer!

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