"AFINAL É FÁCIL"

Pelo que parece e segundo as propostas da OCDE, é fácil resolver o problema económico em Portugal. Sobem-se os impostos, congelam-se os ordenados, põem-se tudo a trabalhar a contratos de seis meses, acaba-se com o subsídio de desemprego, ainda que não se acabe com o imposto para o mesmo, e aposta na educação (que deve ser paga segundo o senhor Angel Gurria). E o problema esta resolvido, de facto só me espanta que estes senhores não se tivessem lembrado disso antes, ou que as suas teses não viguem nos países subdesenvolvidos!

Para não totalmente desagradável, devo dizer que na minha opinião a OCDE está para a economia como a Al-Qaeda está para a política. São nem mais nem menos que o mesmo tipo de terroristas só usam fato e gravata, aliás como a maioria dos traficantes de droga "escola" em que eles parecem ter aprendido para fazer a lavagem que fazem da realidade. Nem uma palavra contra os especuladores, nem uma palavra contra os vencimentos milionários (porque quando opinam o congelamento é para os que ganham 500 Euros por mês), nem uma palavra contra os Bancos e os seus lucros exorbitantes, nada contra as Bolsas canais legalizados para se fazer a maior lavagem de dinheiro do crime que alguma vez existiu, nada contra os off-shores meios semi-legais sedeados em paraísos fiscais, que tem a mesma função do que antes se disse sobre os bancos.

Assim até parece fácil senhor Bin Laden, oh perdão senhor Angel Gurria!

DAR O QUE É DOS OUTROS

Nos tempos mais recentes o director (gestor) da EDP, veio publicamente propor qualquer coisa como contribuir para o apoio aos refugiados com uma elevada maquia que resultaria da aplicação de uma taxa a aplicar na factura da luz. Vamos lá ver... o princípio até pode ser interessante e resultar das mais elementares perspectivas altruístas! Porém custa-me que esse senhor, que recebe para cima de 10 mil Euros por mês, não disponha pelo menos metade do seu "roubo" (não é vencimento porque nas actuais condições ninguém merece tal vencimento) para colocar em tais contribuições da EDP. É que isto de dar aquilo que é dos outros é muito fácil!

Por outro lado, como é comum em Portugal isto passaria a uma "taxa" legal a todo o momento que iria suprir o "miserável" de outros quantos gestores, quando se concluísse a tal campanha de apoio aos refugiados. Mas pior é que o dito senhor (parasita) quer impor essa contribuição sem perguntar aos cidadãos se estão dispostos a dá-la e em que montante! Já basta o que a EDP rouba para andar a pavonear-se em patrocínios e coisas do género sem perguntar aos cidadãos consumidores se o pode fazer!

Eu por mim até posso dar um contributo para os refugiados, pois já colaboro com tanta coisa, mas nunca vou admitir que um qualquer "iluminado" me imponha um pagamento que ele resolveu aplicar só para se promover. Num adquiri produto nenhum em que se propagandeasse que ia 1 cêntimo para aqui ou dos cêntimos para acolá! Eu dou o que posso, quando posso, pelos meios que quero e para as causas que quero! Por isso nego a tal contribuição... A dar o que é dos outros até este filho do meu pai era um herói!

POLÍTICAS SOCIAIS

Há uns tempos para cá tem-se falado muito de políticas sociais, não só nosso país como pelo o resto da Europa. Habitualmente o teor dos discursos têm andado pela necessidade de implementar medidas que contribuíam para o decréscimo dos déficites dos países, vendo os respectivos governantes, a culpa de tal facto nas políticas sociais existentes. Porque me parece, não só que a análise é mal feita, mas também que os tais responsáveis governamentais pretendem tapar o sol com uma peneira, é justo que se diga, que as desigualdades sociais (o fosso entre os mais e mais pobres) não só na Europa como, genericamente, no resto do mundo, tem aumentado nas duas últimas décadas e estes dados que a própria OCDE tem divulgado com alguma frequência e sem que ocorra um desmentido taxativo dos governantes, verificando-se isso sim algumas justificações pouco sérias.
Bem é que a questão das políticas sociais, nem decorrem apenas de cada Estado, nem apenas da Europa. Este foi um avanço civilizacional que emergiu da própria ONU, na célebre conferência de 1966, em que pôs em cima da mesa perante os Estados membros uma série de padrões de vida que deveriam ser seguidos por todos e implementados num prazo de tempo razoável para que as desigualdades se vissem esbatidas, quer em África e na Ásia, onde elas eram maiores, mas também noutros continentes. Aliás para nós portugueses é fundamental que se recorde que a sua aplicação inicial se verificou com a iniciativa de Marcelo Caetano quando aprovou a aposentação para muitos trabalhadores que até essa data não estavam abrangidos por esse benefício. Por agora isto é só um escrito de reflexão, tema a que voltarei em breve.

OBVIAMENTE DEMITAM-SE!

Na política nacional, pairam no ar ameaças de demissão! No curto espaço de 12 horas a arrogante provocação surgiu por duas vezes. Primeiro foi o Ministro da Presidência e por fim o Primeiro-Ministro, ora com tanta ameaça, peço-lhes: Obviamente demitam-se. O que não é coisa virgem visto o governo actual e o anterior já se terem demitido há muito tempo de governar o país e os cidadãos que precisam de um verdadeiro governo. Tais governantes governaram apenas para um escalão superior da sociedade a quem tudo permitiram e tudo permitem, perseguindo como feras o cidadão comum e quem de facto trabalha! Estes governantes estão demitidos do país real desde o momento em que tomaram posse. Como tal, obviamente demitam-se!

Por outro lado Cavaco Silva está assustado, porque se isto cair no buraco ele tem a certeza que perderá as eleições presidenciais, e o homem que raramente se engana e nunca tem dúvidas, não quererá passar pela história como o primeiro presidente da República que não garantiu uma segunda eleição, porque mesmo que o país esteja mal, sempre são mais cinco anos de mordomias que fazem um jeitão do caraças. Como tal o homem de Boliqueime resolveu agarrar o leme e num momento de elevada manifestação de nacionalismo, tratou de convocar os partidos com assento parlamentar para as próximas terça e quarta-feiras. Ou será que não, vendo a coisa tão tremida irá comunicar aos respectivos líderes que não se vai recandidatar! Ou seja uma demissão pelos canais próprios dos órgãos do Estado... mas se vai ser isso (o que não me admiraria) vamos ter seis meses de regabofe! Obviamente Demitam-se!

"LA PALISSEANA"

Declarou hoje, na Universidade do Minho, em Braga o ex-Primeiro Ministro e empresário, Pinto Balsemão que "o país não é competitivo e é injusto porque as diferenças sociais mantêm-se". A afirmação não tem nada de novo, e embora seja "La Palisseana" peca por defeito, pois as tais diferenças não se mantêm... agravaram-se!

Quanto à não competitividade do país, ela resulta essencialmente do péssimo empresariado que temos, pois mesmo com não sei quantas alterações às leis laborais, quer no sector privado como público a fraca competitividade permanece. E não é preciso nenhum curso de economia ou de gestão para ver isso. Os tais empresários portugueses (que um certo estudo inglês classificou há anos como um patronato do século XIX - embora saibamos quão prepotentes são os ingleses) no momento em que lhes foi dada oportunidade para renovar os seus parques industriais, fizeram todo o tipo de "maningâncias" para enganar o país e a Europa. Facturas falsas de compras de maquinaria, ou a compra da mesma facturado como nova mas que já tinha mais de duas décadas, de tudo se serviram para fugir ao fisco e se amanharem com milhares de contos, ou de Euros, na proporção directa em que surgiam os carros de grande cilindrada, dos jipes e os empreendimentos turísticos no Algarve. Toda a gente sabe disso, que essa foi uma prática quase generalizada, mas ninguém teve coragem (por amizade, ou cumplicidade partidária) para denunciar e fiscalizar estes casos.

Ora como tal, outra verdade de La Palisse, sem ovos não se fazem omeletas, o que quer dizer com equipamento velho ou sem ele é impossível qualquer país ser competitivo, e o senhor Pinto Balsemão como outros que governaram este país têm culpa no cartório. La Palisse!

MOBILIDADE OU ESCRAVATURA?

O Secretário de Estado da Administração Pública, veio hoje afirmar (à TSF) que a mobilidade dos trabalhadores (da Administração Pública) não deve depender única e exclusivamente da vontade destes, ora o que de facto já não acontece. Porque a coisa é tão simples como isto, basta ao Governo (este ou outro em qualquer altura) encerrar um determinado organismo para que logo no imediato estes trabalhadores estejam sujeitos à mobilidade por vontade expressa dos governantes. Mesmo que passados seis meses se crie outro organismo com as mesmas competências ou se entregue essas funções a entidades privadas.

Com efeitos os únicos que não parecem sujeitos a tal mobilidade são os gestores das empresas públicas, como ontem se concluiu pelos números que foram conhecidos relativamente à CP, à REFER e à TAP, porque aí continuam a aumentar sem que nenhum seja removido a não que isso lhes interesse. Já quanto àqueles que trabalham, pelo processo antes referido, e que bastantes exemplos temos nos últimos anos em Portugal, não existe tal problema.

O exemplo mais acabado da tal mobilidade é aquilo que se passa com os professores (estou à vontade porque não sou professor, nem trabalhador da Administração Pública). Todos os anos se vêem na contingência de ir parar a centenas de quilómetros de distância da sua residência, para irem levar educação/cultura aos filhos dos outros, quando por vezes são obrigados a deixar os seus a familiares mais ou menos próximos ou apenas com um dos progenitores. Afinal o que se pretende mobilidade ou uma nova fórmula de escravatura?

As sociedades estão a mudar, mas é urgente que mudem para melhor e não para pior, para a total descaracterização do ser humano como um mero instrumento nas mãos dos poderes económicos e políticos do mundo!

RE-ESTRUTURAÇÃO ADMINISTRATIVA

Há uns tempos atrás escrevi que as grandes alterações que se verificavam no nosso país no quadro do encerramento de serviços, Escolas, Hospitais e Centro de Saúde, entre muitos outros que ocorreram, tinham como objectivo a extinção de algumas freguesias e municípios, e até cheguei a dar palpites quanto aos números prováveis dessa extinção.

Por isso mesmo não estranhei em nada, as palavras hoje proferidas, aos microfones da TSF, pelo presidente da CIP, António Sardinha. Depois de fazer uma referência clara ao aumento dos impostos como processo ao não seguir para equilibrar as contas públicas, vincando a sua opinião que esse equilíbrio deveria ser feito do lado da despesa e não do lado da receita, aquele empresário foi taxativo ao declarar-se favorável à extinção de "institutos socialmente inúteis que só contribuem para a despesa" bem como acabar com "um conjunto de despesas do Estado em termos de número de governantes e de freguesias", reforçando que "há aqui um conjunto de matérias que corajosamente têm de ser avaliadas e tomarem-se as medidas correctoras no sentido da redução".

Claro que o presidente da CIP, não falou em municípios, mas mais tarde ou mais cedo o tema voltará para cima da mesa e a extinção de municípios entrará também na ordem do dia, porque esse processo já se está a verificar com o esvaziamento em concreto de algumas valências, o que aliás até já foi sugerido por António Costa (actual presidente do município de Lisboa) em 2005 (se não estou em erro) quando disse que a reforma do Estado passava também por uma re-estruturação administrativa (as palavras não teriam sido exactamente estas, mas era esse o sentido). E mais que qualquer orçamento esta vai ser a grande discussão política na próxima década: a Re-estruturação Administrativa

DIA DE GREVE NO PODER LOCAL

Hoje o dia foi assinalado por uma greve no poder local, isto é no Municípios e Freguesias, onde continuam a prevalecer uns "tiranetes" que só aplicam a lei quando ele lhes é favorável, mas quando acontece o contrário, utilizam todos os subterfujios para dar a volta à questão e deixar os trabalhadores entregues à sua sorte! Fazem obras sem qualquer utilidade, isto é faz-se despesa na sua maior parte para enganar os tolos! Quanto aos investimentos estão sempre à espera que venha qualquer coisa de Lisboa ou de Bruxelas, exactamente ao estilo do Estado Novo, em que as amizades com este ou aquele chefe-de-gabinete ou secretário de Estado permitiam fazer umas coisas muito bonitas, ainda que não fossem práticas.

Desde há cerca de quatro anos que as autarquias deveriam ter posto em prática a aplicação do SIADAP, mas a maioria delas não o fez (incorrendo em crime) prejudicando os trabalhadores quer na sua progressão, quer em termos económicos. Ora como a lei permitia a aplicação da Opção Gestionária em alternativa, muitos dos "tiranetes" resolveram agora seguir esse caminho, mas como entretanto um Inspector-Geral e um Sub-secretário de Estado vieram dizer que isso era ilegal, os tais sujeitinhos agora resolveram recuar. Daí a greve no Poder Local!

Porém o pior pode estar para vir se todos os trabalhadores resolverem levar municípios freguesias à barra dos tribunais (e ainda que estes não mostrem grande rapidez) as consequências podem ser bem piores para aquelas entidades! Se calhar vamos ter alguns desses "tiranetes" atrás das grades!

E O VENCEDOR FOI...

Pois ficava um pouco desadequado ter falado do I Festival de Estátuas Vivas e não dizer quem tinha ganho. Por isso fui assistir à divulgação dos resultados para os poder transmitir, quase em cima da hora. De um modo geral, a votação correspondeu às minhas expectativas, tendo cabido o terceiro lugar ao Marquês de Pombal, o segundo à figura de Fernando Pessoa e o vencedor à imagem de Luís de Camões (no qual eu votei). A minha dúvida mantinha-se apenas entre a Santa Iria e o Marques de Pombal, acabando este por ser um dos contemplados em desfavor da imagem da Santa tomarense.

E o vencedor foi... a cultura!

DESLUMBRANTE

Por vezes as ideias, por muito boas que sejam, redundam em insucesso pela pouca visibilidade que se lhe dá, ou pela deficiente comunicação. No que a acontecimentos de cariz cultural isso acaba por ser mais evidente, porque os nossos concidadãos não estão muito motivados para esse género de actividade.
Por isso e por se ter verificado o contrário desta feita, estou plenamente satisfeito. Ontem nas Olalhas, onde o grupo de teatro das Aboboreiras levou à cena a peça "Sik-Sik, o Prestidigitador Desenrascado" (adaptação da comédia de Eduardo de Filippo "Sik-Sik, o Mágico Arquitecto"), a escasso minutos do início havia uma meia dúzia de espectadores, mas como que num instante, quando foi anunciado que a peça começaria daí a cinco minutos, o espaço foi pequeno para quem quis ver, ou rever, a peça. Foi deslumbrante a entrega do público!
Hoje, como tinha prometido, fui ver as Estátuas Vivas, o I Concurso Internacional, e logo realizado na minha cidade (Tomar). Deslumbrante, magníficos, excepcional, como 21 artistas (acho que é a designação correcta) abrilhantaram o fim-de-semana. Quase todas as personagens da história (local e nacional) muito bem caracterizados, mas o mais fabuloso é aquelas pessoas manterem-se imóveis durante tanto tempo. Ainda não sei quem ganhou, mas acho que todos mereciam e o António Santos convidado especial (Recordista mundial de imobilidade, o "Staticaman" extra concurso) suspenso sobre uma barra de ferro sem tocar com os pés no chão é mesmo inacreditável. Uma ideia que ganhou raízes, como milhares de visitantes e que a todos cativou. Só posso dizer: Deslumbrante!

DIA DE ESTÁTUAS

Muitos afazeres hoje! Pouco tempo para escrever! Dia de actuação nas Olhalhas com a peça "Sik-Sik, o Prestidigitador Desenrascado" mas por Tomar também vai haver uma demonstração de Estátuas vivas.

Um recordar da história com figuras de relevo nacional e local. Hoje e amanhã à noite. Também quero ir ver e depois dar a minha opinião aqui!

BAIXAR OS SALÁRIOS

Disse hoje o ex-ministro das Finanças Ernâni Lopes, que a única solução que vê para reduzir o deficit do Estado é reduzir os salários da Função Pública. Vamos lá a ver se nos entendemos, uma vez que os salários da Função Pública, com as respectivas variações (aumento ou descida), desde há muito que servem de padrão para o sector privado, assim como das diversas alterações, o que este senhor está claramente a anunciar, ou a propor é a redução do salário de todos os trabalhadores portugueses, tanto do sector público do privado!
Pede-se a estes "barões" que de uma vez por todas digam a verdade! Mais que de uma vez por todas digam o valor das suas magnânimas pensões. Que digam quanto dinheiro desviaram do Estado e colocaram em "off-shores". Que tenham vergonha na "puta da tromba" para nos dizerem onde está o senhor Dias Loureiro e o que está a fazer a par da sua pandilha! Isto é que nos devem dizer... com todas as letras, identifiquem a ladroagem, com a qual negoceiam, passam férias e partilham interesses.
Mas infelizmente no nosso país tudo é camuflado por uma certa estirpe que controla a comunicação social e que só faz eco de pantuminices deste género. Porventura preocupou-se este senhor em escalpelizar os negócios da família Cavaco Silva em parceria com o tal Dias Loureiro que vive agora ricamente (principescamente) numas ilhas do Atlântico. Baixem-se os salários mas ponha tudo isso a nu e permita-se ao povo fazer justiça pelas próprias mãos, já que o povo a ser roubado por tal escumalha!

ZANGAM-SE AS COMADRES

A Europa (isto é aquilo a que se designa União Europeia) parece estar a ferver depois de ontem uma conselheira se insurgir contra o presidente francês e as suas políticas de expulsar os ciganos que se encontram no país. A senhora, que é luxemburguesa, fez notar que não esperava uma tomada de posição dos franceses idêntica à que havia acontecido durante a 2ª grande Guerra Mundial, o que fez chegar a mostarda ao nariz do presidente Sarkozy.

O inquilino do Eliseu, não esteve com meias medidas e afirmou logo que as duas acções não são comparáveis e que o Luxemburgo como vizinho da França se poderia disponibilizar para receber alguns dos emigrantes que estão a ser enviados para o país de origem! claro que no Luxemburgo também se registaram reacções a estas palavras, afirmando-se que a pessoa em causa estava a comentar a situação enquanto comissária Europeia e não como luxemburguesa. Parece mesmo uma daquelas histórias que conhecemos da realidade portuguesa "zangam-se as comadres e sabem-se as verdades".

Mas também aqui poderíamos aplicar outro adágio nacional: "em casa em que não há pão todos ralham e ninguém tem razão". Pois é exactamente o ponto em que tal situação se encontra, o que se terá agravado com as palavras de Durão Barroso ao afirmar que a Comissão apoiaria um hipotético processo levantado, contra a França, pela referida comissária. O que manifestando uma insuspeita solidariedade, não deixa de constituir mais uma "acha" para a fogueira. O que promete não ficar por aqui... porque agora há a questão do véu islâmico... e novos episódios se adivinham!

REGRESSO AO PASSADO

Se a vida não está bem em Portugal, doutros países também começam a surgir indicadores que nos devem deixar preocupados. A xenofobia está em crescendo! Depois da França, foi agora a vez de Israel também proceder à expulsão de uma série de emigrantes, entre os quais se regista o de 400 crianças, filhas de emigrantes ilegais. Parece incrivél que no século XXI as sociedades optem pelas mesmas medidas que no passado levaram a momentos catastróficos da história. E em qualquer destas situações é de espantar tal atitude!

A França porque teve durante muito tempo o altruísmo de saber acolher com grande carácter humanista no seu seio gente oriunda de muitos países, inclusive de Portugal e de um modo ou outro conseguir enquadrá-la e socializá-la devidamente. Israel por que teve a má experiência da sua diáspora durante séculos que tão nefasta foi para o seu povo como de vantajosa foi para certos reinos e repúblicas europeias. Estamos perante um regresso ao passado!

Já por outras vezes escrevi que estamos a viver uma situação de retrocesso, porém nunca pensei que a humanidade fosse tão longe e desenterrasse fantasmas que julgávamos de uma vez por todas esquecidos. Depois de tanto sofrer, de tantos dramas, de tantas perseguições, o paladinos do presente não aprenderam nada com a história e optam por traçar o mesmo caminho, por cometer os mesmos erros que eles por vezes recriminaram. Os homens têm a memória curta, é o que se pode concluir deste regresso ao passado!

MAIS LICENCIADOS... ATÉ PODIA SER POSITIVO

Disse hoje o nosso primeiro ministro que espera alcançar pelo menos mais 40% de licenciados em 2020! Sem dúvida numa primeira abordagem deve louvar-se tal atitude, sabendo-se como se sabe que o nosso país sofre de um grande deficit habilitacional (cultural, educativo e formativo), no entanto pelo que nos tem sido dado a ver nos últimos tempos esse objectivo serve apenas para uma camada da população. Se pessoas com mais habilitações permitem um aumento da produtividade, quer através dos conhecimentos como da disponibilidade, isso não se tem reflectido no bolso de quem Trabalha.

Os ganhos de produtividade têm ido exclusivamente para o lado do patronato, ou para os cofres do Estado através de impostos. O que o primeiro-ministro pretende é que a nova classe de escravos (500 euros/mês) sejam licenciados com trabalho a termo ou com horários desfasados e completamente desajustados da realidade familiar, para assim continuar a garantir o acumular de fortunas a certos senhores.

E isto não é dizer por dizer mal, eu sinto na pele esse tipo de gestão feito pela minha entidade patronal e cada vez mais me convenço que político nenhum (mas mesmo nenhum) está preocupado com o bem estar de seja qual for o trabalhador. O seu único fito é explorar, porque também eles desempenham durante determinado momento o papel de patrões, como tal seguem a cartilha dos mesmos!

Mais Licenciados... até poderia ser positivo, mas será uma nova vertente de escravatura!

"CHULISSE"

José Sócrates e os seus apaniguados, ficarão conhecidos por outra faceta: a de "encher" o cu aos amigos (desculpem o termo mas é assim mesmo). Com as suas ideias de progresso este primeiro-ministro tem fomentado em grande escala a "chulisse" de muito empresário e de muitos chefes de gabinete que se relacionamn com eles. Já ontem o sublinhei quando abordei a questão dos famosos Magalhães. Mas há mais!

Ao exigir que os cidadãos façam prova da sua condição de necessitados para usufruirem das prestações sociais, somente através da Internet, só pode significar duas coisas: ou o homem não conhece a realidade do país ou então estar a incrementar a tal "chulisse". Pois conhecendo a realidade do país é fácil de entender que aqueles que deixaram de ter emprego, já começaram a fazer cortes nos seus hábitos e não será de estranhar que a internet tenha sido uma das àreas a levar o golpe. Por outro lado vão já aparecer os "chicos espertos" a disponibilizar a internet e a cobrar por isso (chulisse autêntica, com economia paralela e fuga aos impostos).

Mas a história não acaba aqui, com o sistema de identificação de matrículas dos veículos, que no início se dizia que seriam gratuitas, agora já vão ficar em 27 euros, acrescidos dos valores para despesas administrativas, mais um meio de "chulisse" a que vão concorrer entre outros os CTT, que para surpresa nossa (quase) deixaram de distribuir correspondência.

A juntar a tudo isto, se nos recordarmos dos milhões que foram encaminhados para a banca, ainda que apenas como garantia, está claro que este foi o governo que mais potenciou a chulisse, tendo para esse efeito cortado nos direitos daqueles que trabalharam uma vida inteira e têm reformas de miséria, ou que estando descontar se viram de um momento para o outro no desemprego sem acesso a subsídio digno muito embora a ele tenham direito (até porque viram o descontos para o mesmo aumentar há cerca de dois anos!

Pois bem, senhor Engenheiro... Viva a "chulisse"!

PUBLICIDADE ENGANOSA

Hoje tive oportunidade de ver na televisão a campanha promocional da ministra da Educação com aquele ar meio desconcertante que nunca chegamos a saber se está satisfeita ou então pelo contrário está desconfiada. Por casualidade, também hoje, li já parte da sua entrevista ao "JL" - Jornal de Letras, Artes e Ideias, do qual sou leitor assíduo há muitos anos.

Em qualquer dos casos fiquei com a mesmíssima sensação! A senhora, por muito séria que seja, está a fazer publicidade enganosa, aliás um pouco à imagem do que fez ontem o primeiro-ministro em relação a certos dados da OCDE. A famosa reestruturação do chamado parque escolar é uma falácia, tudo se resume a cortar a torto e a direito e num modo de matar mais de metade de Portugal (aliás este primeiro ministro vai ficar conhecido pelo que mais destruiu o país para encher o bolso a certos indivíduos).

Depois vem a história dos Magalhães (para encher os tais bolsos) em que não são oferecidos mas pagos a peso de ouro, por um lado devido à obrigatoriedade de fidelidade ao operador da internet e por outro lado porque se o aparelho manifestar deficiências ninguém se responsabiliza (seja Ministério, Escola, Operadora, ou Fabricante) ainda que o cidadão mesmo sem utilizar um certo serviço se vê obrigado a pagá-lo na mesma. A garantia é inexistente... ao contrario daquilo que diz a lei, e eu felizmente ou infelizmente sei do que estou a escrever. Isto é o aparelho vêm com deficiência, a garantia de dois anos não é accionada porque nenhuma entidade se responsabiliza e o cidadão, neste caso o encarregado de educação, tem de continuar a pagar a Internet. Dizer que isto é uma mais valia... é publicidade enganosa. Aliás como tem sido toda a governação de Sócrates!

FIM DE LINHA... TRANSBORDO

Ainda que possa parecer uma parvoíce... gosto muito de andar de comboio e em muitas situações já vividas, chegava a uma determinada estação e ouvia anunciar que era o fim de linha e que se tinha de fazer o transbordo para outra. A vida também será assim...

Vivo num país de vigarista e oportunistas. Essa cambada andou a apregoar que a formação me dava melhores saídas, me oferecia melhores condições de vida (e aos outros)! Aldrabões! Tudo o que ganhei investi em formação, hipotequei-me e continuo a ver os parasitas do costume a tirar partido da sua esperteza! Mais de 30 indivíduos que trabalham na mesma entidade que eu, vieram para cá depois de mim, fizeram formação depois de mim e ocupam cargos mais elevados que o meu, ainda que alguns se tenham mostrado incompetentes em muitos momentos. Para poder pagar o financiamento dos cursos, não passo fome porque faço uma gestão muito meticulosa dos parcos euros que me sobram, ou por vezes conto com auxilio de alguns amigos! Praticamente não ando de carro, nem bebo uma cerveja, sobra apenas o malvado vício do tabaco!

Exigem-me que me cale... mas isso nunca farei (não vou por aí)! Há cerca de sete anos que sou roubado, ainda que os políticos de topo continuem a mandar "papaias" sobre a formação, e se ao princípio julgava que isto era só prática de uns já conclui que é um paradigma de todos, de facto não existe diferença!

Trabalho há 36 anos, e enquanto na construção civil, de dois em dois anos era promovido, nesta nova área estou há cerca de sete na mesma apesar de ter mais habilitações e outras formações complementares. Fim de linha... hora de transbordo! As últimas semanas deixaram-me de certo modo psicologicamente afectado, a revolta cresce e só se ameniza quando penso nos desgraçados que ainda estão piores. Fim de linha... transbordo! Depois de muito pensar e algumas noites sem dormir, sem descanso cheguei mesmo à triste conclusão... fim de linha... transbordo!

Como diz o brasileiro "alguma coisa há-de pintar", mas injustiçado, perseguido é que não quero continuar, a idade já não me permite tais vaidades! Como muitos outros, o destino certamente será o estrangeiro, sempre se conhecem outras culturas! Fim de linha... transbordo!

MAGIA E PREÇOS

Não se trata de nenhum passo de mágica que vai alterar os preços, mas apenas um título que se pretende seja extensivo a mais um fim-de-semana e princípio de outra. A magia tem a ver com mais um aniversário da Associação Recreativa das Aboboreiras e os preços tem a ver como a nova ideia da Galp.

Comecemos pela magia. A Associação Recreativa das Aboboreiras assinalou o 35º aniversário e como é tradição juntou os seus associados num almoço convívio, onde por mais uma vez os sócios partilharam alguns momentos de alegria, só foi pena que os altos dignitários do municípios não se fizessem representar, claro quando for época de eleições passarão por lá todos. Das muitas actividades destaque para a subida à cena de mais uma peça do grupo de teatro que contou com uma grande e animada plateia. "Sik-Sik, o Prestidigitador Desenrascado" foi a adaptação da peça de Eduardo de Fillipo "Sik-Sik, o Mágico Arquitecto" que desta feita se levou à cena e em dado momento pareceu mesmo uma noite mágica, com mágica e de mágicos. Parabéns!

Quanto aos preços, quando ouvi de manhã que a Galp ia passar a vender gasolina mais barata veio-me logo à ideia que o mágico de ontem tivesse feito uma das suas magias! Vi a saber que não, é tudo apenas uma questão de concorrência pois segundo parece as grandes marcas já perderam cerca de 25% dos clientes para os postos de abastecimento das grandes superfícies que apresentam preços mais em conta. Então agora vão perder dinheiro? Não! Claro que não! Só que sendo a roubalheira tão grande como tem sido permite-lhes ter uma grande folga para baixar os preços até ao limite dos ganhos aceitáveis! A seguir os outros irão pelo mesmo caminho. Serão preços mágicos (?)... vamos a ver!!!

MAL ENTENDIDO

Hoje um amigo meu, mostrava-se todo entusiasmado com qualquer coisa que lera nos jornais ou na Internet, e segundo me transmitiu e tratava-se da posição de certos gestores e economistas que estavam na disposição de não quererem aumentos. Fiquei surpreendido dado que não tinha lido nada do género, ou aliás o mais parecido que tinha percebido é que tais profissionais não queriam era aumentos para os trabalhadores dos níveis mais baixos, mas sobre eles, quadros superiores, nem uma palavra.

Fui conferir há pouco se era eu se era o meu amigo que tina razão. E tal como suspeitava o meu amigo tinha sido iludido pela leitura. Um mal entendido que quando voltarmos a falar vai vir ao de cima e o vai deixar aborrecido. Aliás a proposta de tais cérebros não tem nenhum limite nem especificidade, portanto tanto se refere ao sector privado como ao público. Ainda fiquei com uma dúvida de saber se tal hipótese era extensiva aos próprios. Mas estes mesmo sem ou aumentos terão os chamados "prémios" que acabem por ser ainda maiores.

Quase todos os anos por esta época se passa o mesmo em termos da discussão dos vencimentos e eu muito sinceramente até não me importava nada de assumir um compromisso com toda a actividade económica para prescindir do aumento salarial, desde que não ocorressem mexidas na inflação do ano subsequente. E se estes economistas estão tão cegos com os aumentos e acham que são os trabalhadores é que "roubam" o país, tendo em atenção tal acordo seriam obrigados a aumentar no ano seguinte os trabalhadores em o dobro do nível de inflação registada. Estou certo que não aceitariam, e diriam também que era um mal entendido, porque haveria factores que influenciariam a actividade económica. Claro factor único e supremo: o bolso deles!

ÀS DESCARADAS

Como eu já aqui escrevera em tempos, os bancos fazem tudo o que querem é sacar dinheiro ao desgraçado do cidadão, independentemente da situação em que se encontra a economia. Ao longo dos dos últimos anos tenho denunciado esta situação, embora claro a minha voz, como a de pessoas mais preponderantes não tem sido ouvidas.

Vem isto ao caso em razão da mais recente denúncia da Deco, junto do Banco de Portugal, que ao manter o silêncio e não ver o que estava à frente dos seus próprios olhos, se armou no mais claro cúmplice da "roubalheira" que os bancos vêm fazendo. Seria sem dúvida um grande espanto que no momento de maior incidência da crise os bancos continuassem a mostrar lucros astronómicos se não soubéssemos das suas práticas, já antes denunciadas.

Parece que agora o governo está a pressionar o banco central pela inoperância e mantida durante todos estes anos. Vale mais tarde que nunca. Mesmo às descaradas, foram precisos muitos anos de "roubalheira autorizada" para que se tomasse uma atitude, e mesmo com esse (ou mesmo por causa dele) enorme desleixo, viu-se em Portugal, duas entidades bancárias a seguirem no rumo da ruína ou levarem alguns dos seus clientes à ruína.

Tem sido uma autêntica festança para os senhores dos bancos com este regabofe, em que muitos dos responsáveis preferem "assobiar para lado". Apesar disso estou convencido que continuará a actuação desses senhores... assim às descaradas.