22.9.10

MOBILIDADE OU ESCRAVATURA?

O Secretário de Estado da Administração Pública, veio hoje afirmar (à TSF) que a mobilidade dos trabalhadores (da Administração Pública) não deve depender única e exclusivamente da vontade destes, ora o que de facto já não acontece. Porque a coisa é tão simples como isto, basta ao Governo (este ou outro em qualquer altura) encerrar um determinado organismo para que logo no imediato estes trabalhadores estejam sujeitos à mobilidade por vontade expressa dos governantes. Mesmo que passados seis meses se crie outro organismo com as mesmas competências ou se entregue essas funções a entidades privadas.
Com efeitos os únicos que não parecem sujeitos a tal mobilidade são os gestores das empresas públicas, como ontem se concluiu pelos números que foram conhecidos relativamente à CP, à REFER e à TAP, porque aí continuam a aumentar sem que nenhum seja removido a não que isso lhes interesse. Já quanto àqueles que trabalham, pelo processo antes referido, e que bastantes exemplos temos nos últimos anos em Portugal, não existe tal problema.
O exemplo mais acabado da tal mobilidade é aquilo que se passa com os professores (estou à vontade porque não sou professor, nem trabalhador da Administração Pública). Todos os anos se vêem na contingência de ir parar a centenas de quilómetros de distância da sua residência, para irem levar educação/cultura aos filhos dos outros, quando por vezes são obrigados a deixar os seus a familiares mais ou menos próximos ou apenas com um dos progenitores. Afinal o que se pretende mobilidade ou uma nova fórmula de escravatura?
As sociedades estão a mudar, mas é urgente que mudem para melhor e não para pior, para a total descaracterização do ser humano como um mero instrumento nas mãos dos poderes económicos e políticos do mundo!

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