28.10.10

OUTRA VEZ POESIA

Este apontamento é o ducentésimo deste ano. E não queria ocupá-lo com mais um assunto chato, mas assinalá-lo de um modo diferente. Tal como afirmo na coluna da direita, sob o meu visual oratório: "tudo é efémero e o presente é o futuro de um sonho do passado. Eu sou... fui fruto disso!" Este é o ritual da nossa existência, viver, o presente de um sonho do passado para o futuro, e nisso entre muitas circunstâncias somos fruto do amor de duas pessoas (na maior parte dos casos) o que me levou a deixar este poema, para todos os pais (mesmo os que não foram bons).
......
AFINAL, NUM SÓ
.....
Pai e mãe num só
como unos nascidos,
num viajar sem retorno.
Espírito de comunhão.
Num enredo de paixão,
o amor é o transtorno
que dos anos seguidos
serão um dia avô e avó.
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Em íngremes faldas da vida
rasgam o estranho caminho
que não voltarão a encetar
com o regaço tão preenchido
por todo o tempo ser perdido
numa febre louca de amar
a seus rebentos com carinho
sarando-lhes a dor e a ferida.
.....
Irão juntos de mãos dadas,
se assim o quiser o destino
e o coração também aceitar,
rompendo por esses trilhos.
Rirão vendo crescer os filhos,
suas estrelas no céu a brilhar,
pétalas em jardim matutino,
esperanças novas abençoadas.
.....
E de tudo quanto houver dó,
as suas lágrimas serão reais
como real o fruto do seu ser
do corpo e coração nascido.
Em cada dia e noite protegido
no desejo de muito se querer
o ousado fervor de serem pais.
Afinal, são pai e mãe, num só.
.....
(VSM - Tomar, 28/10/2010)

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito bem elaborado! Muito pronfundo e muito bonito :)

Beijinhos