16.11.10

EM CONTRA-CICLO

Por vezes vejo-me desesperado com a minha ignorância. Mas enfim cada qual só tem o que merece, ou nem isso! Numa época em que o nosso ministro das finanças, Dr. Teixeira do Santos, concedendo uma entrevista a um jornal britânico (Financial Times), afirma que o risco do nosso país ser obrigado a recorrer a ajuda externa é elevado (por contágio da Irlanda), seja do Fundo da União Europeia ou da intervenção do FMI, não me cabe na cabeça que se realize uma Cimeira da Nato em Portugal. Aliás porque considero que logo após o fim do Pacto de Varsóvia se deveria ter extinguido a Nato, passando as suas funções a ser desempenhadas pela ONU (mas para o caso em apreço não é isso que conta).
Ora um país em crise, como o nosso deveria ter abdicado de ler a efeito este desfile de vaidades. Uns dirão que são compromissos que já estavam agendados e eu pergunto: O Governo, o Estado, o país não tinha compromissos com os portugueses que pura e simplesmente anulou? Mas é claro que sim! Outros afirmarão, com injustificado orgulho, que é um meio de afirmação do Estado em termos internacionais! Contesto essa interpretação, pois em termos internacionais, no presente momento, o que está a dar imagem (má) é a questão das contas públicas e não questões da presença em teatro de guerra ou de posições de chefia a nível internacional, ou capacidade de organização de grandes eventos!
Notoriamente em contra-ciclo, esta cimeira da Nato, vai apenas servir para gastar mais uns milhões do erário público, muito embora as despesas de estadia das comitivas de Obama (EUA) e Medvedev (Rússia) sejam pagas pelos próprios países, vai ser gasto muito dinheiro. Isto sem contar com as restrições de circulação que vierem a ser aplicada e que irão certamente causar prejuízos económicos quer nos cidadãos quer nas empresas. Nesta altura era isso que menos se esperava, sem dúvida estamos perante uma Cimeira em contra-ciclo.

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