23.11.10

A MENTIRA ADEQUADA

Primeiro foi a Grécia, depois a Irlanda e a seguir pode ser Portugal, e na mesma linha poderá vir a ser a Espanha (que hoje colocou à venda dívida pública e não a conseguiu vender na totalidade), a sofrer a intervenção de organismos internacionais por razões de ordem económica e financeira. Na minha perspectiva já toda a gente sabe que isso se vai passar assim e não há modo de escapar a isso. Porém, neste momento convém não fazer grande alarde sobre isto, porque estão a ser votados os Orçamentos de Estado, ocorrendo ainda em Portugal o facto do actual presidente da República pretender ser eleito em Janeiro, o que diga-se de passagem interessa ao Partido Socialista.
Senão vejamos, Manuel Alegre mesmo que consiga um resultado fabuloso nunca será eleito logo à primeira volta, o que parece ser provável com o seu adversário mais directo. Ora a realização de uma hipotética segunda volta nas presidenciais, originaria mais despesas em campanha eleitoral e simultaneamente maior insegurança económica devido à actuação dos mercados. Daí que o actual panorama seja a de apatia do Partido Socialista para com o seu candidato, e por outro lado o discurso do actual presidente, negando a entrada do FMI em Portugal, caso que a acontecer antes do acto eleitoral lhe pode comprometer a reeleição.
Claro que para isso, vai circulando a mentira adequada para a ocasião, que neste caso é de que o nosso país não está a necessitar de apoio externo. Tanto o presidente como o governo alinham pelo mesmo diapasão porque o discurso convém aos dois, mas provavelmente lá para Fevereiro de 2011 teremos o FMI a entrar por aí dentro, porque a questão política já está resolvida. Estes senhores agem deste modo unicamente por interesse pessoal e não por interesse nacional!

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