11.8.10

ECONOMIA E CULTURA

Apesar da quantidade de incêndios que continuam a devastar o país, e dos bombeiros que pereceram nas chamas ou em deslocações para os combater (a quem presto a minha sentida homenagem) não é esse o assunto que pretendo abordar hoje. A minha reflexão vai mais no sentido da economia com uma variante cultural.
Em primeiro um aplauso para os membros de cargos directivos da BBC ao decidirem-se por uma redução dos seus salários na ordem dos 20%, de modo a evitar uma greve dos trabalhadores daquela prestigiada empresa pública, de grande relevo cultural. De uma vez por todas alguém dá mostras que não devem ser só os trabalhadores a pagarem a crise. Mark Thompson e os trinta elementos que tomaram esta decisão podem estar a dar um grande exemplo ao mundo! Por cá, e não só, esperemos que haja seguidores.
Outro aspecto prende-se com o pretenso pânico que hoje assolou as bolsas. Com tudo isto as economias nacionais continuam num autêntico carrossel. Mantenho o que disse desde a hora inicial desta grave crise económica: "congele-se a Bolsas por tempo indeterminado! E quem está em condições de fazer uma coisa dessas é o FMI em consonância com as oito maiores economias do mundo. Só a partir daí o dinheiro passará circular para os factores produtivos e não para mera especulação de casino, e haveria um crescimento da produtividade e da investigação que lhe está associada... ou será que estou a ver mal.
Por fim, fiquei satisfeito, como pessoa de cultura, em saber que a Biblioteca Nacional, adquiriu o mapa mais antigo de Portugal (1561), impresso em Veneza a partir de um original de Fernandes Álvares Seco, manuscrito do qual se desconhece o paradeiro, assim como não é muito conhecida a obra deste autor. Pelo menos neste aspecto a recuperação do mapa para o espólio nacional, acho que é um acto de elevado valor cultural, mas também económico.

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