31.8.10

O ESPECULADOR?

Mais uma vez as, como outras tantas, as ideias mais revolucionárias para uma União Europeia aparentemente mais justa, surgiu de uma convergência de ideias entre a Alemanha e a França, o que não é de estranhar sabendo que estes são os verdadeiros motores da Europa, estão na génese da sua criação e foram os grandes impulsionadores da chamada Europa Social, um padrão que ganhou terreno até finais dos anos 70 do século passado.
Desta feita, os dois países avançaram com uma proposta de aplicação de um imposto a todas as transacções em Bolsa, seguindo uma opinião que já há muito circula entre alguns economistas que defendem que deste modo seria possível não só taxar as actividades especulativas, bem como de certo modo aplicar uma taxa a dinheiros com origem duvidosa, logo à entrada dos mercados financeiros, isto é um imposto directo sobre a lavagem de dinheiro.
Mas se esta é a determinação daqueles países que igualmente queriam ver a iniciativa extensiva aos restantes países da União, o Comissário Europeu do Planeamento Financeiro e Orçamento, Algirdas Semeta, não parece estar pelos ajustes, aliás à imagem da suposta oposição que é feita pelo Reino Unido, Suécia e Holanda à aplicação dessa taxa. Pelo menos é isso que o comissário parece defender no relatório a apresentar na reunião dos ministros das Finanças, agendada para 6 e 7 de Setembro, recorrendo aos diversos mais fundamentos para contrariar a hipotética taxação em todo o espaço europeu!
Ao certo, e depois de ter lido algumas das suas opiniões, estou claramente contra elas e mesmo as que são mais técnicas me parecem algo mal defendidas. Será que estamos perante um defensor dos especuladores (ou um especulador em potência) ou alguém que não se preocupa muito donde o dinheiro vem e convive bem com a lavagem do mesmo, desde que a finança continue a reinar num mundo cada vez com maiores desigualdades? Mais um liberal-radical ou um especulador genial?

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