18.8.10

FALSAS VIRTUDES

Há uns anos a esta parte, começou a difundir-se a ideia, pelos diferentes quadrantes políticos, que as autarquias eram um modelo exemplar de boa gestão dos dinheiros públicos! Ora nada mais falso e bem pelo o contrário. Ora sobre este assunto me irei pronunciar nos meus próximos escritos, como reflexão no sentido de desmascarar este mito. Um mito assente em falsas virtudes
Desde logo o próprio sistema de representatividade é no geral contrário a todo o sistema político português, pois é um modelo presidencialista, ao invés do que se passa no governo central. Quer nos Municípios como nas Freguesias o poder está centrado no Presidente da Câmara ou então no Presidente das Juntas. Portugal tem 4260 Freguesias e 308 Municípios, que representam o que eu costumo designar de 4568 aprendizes de ditadores. Porque o são de facto ainda que não o sejam de direito.
Não interessa muito estar aqui a dissecar a quantidade de pessoas que se movimentam nos diversos órgãos destas autarquias, que serão umas boas centenas de milhar... como em tempos disse um primeiro-ministro: "basta fazer as contas"! O que se pode dizer é que perto de um terço dos municípios não se justifica, por isso o número ideal andaria pelos 200/220, e quanto às freguesias pelo menos um quarto é um autêntico exagero, justificando-se no máximo a existência de umas 3000/3100. Mais tarde ou mais cedo esta reforma vai ocorrer, e por isso não estranha que o poder central ande já a encerrar escolas, hospitais, centros de saúde e outros serviços. Para quem estiver atento... a mensagem está no ar, porque também já no Terreiro do Paço há muito que se descobriu que afinal são tudo falsas virtudes... as do poder local!

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