4.8.10

UM TERÇO

Escrevi ontem, que um determinado Ensaio me deu uma imagem sobre a realidade que estamos a viver actualmente. Um Ensaio escrito em 1993, portanto há cerca de 17 anos... isto é mais mês menos mês. Os efeitos de facto aí estão e gostaria de saber até onde isto nos vai levar, anós como país, ou a nós como sociedade! Estamos à porta de um cataclismo social, e não quero ser profeta da desgraça mas apenas ter uma percepção real do que me rodeia.
Hoje li que um relatório da União Europeia, de 2009 (mas só agora divulgado), aponta para que 22% dos trabalhadores portugueses têm uma relação de trabalho, temporária, só ultrapassada pela Espanha e pela Polónia. As palavras têm o valor que têm e muitas vezes a utilização de termos diferentes leva-nos a interpretações diferentes. Ora o que se verifica exactamente é que 22% dos trabalhadores portugueses têm (tinham naquela data) trabalho precário. Este número certamente já aumentou, ao que se devem juntar os mais de 10% de desempregados, o que sem grandes raciocínios nos leva a concluir que o terço da nossa força de trabalho (isto é riqueza e produtividade) vive um estado de insegurança económica. Sendo assim, mesmo que existissem milagres em Fátima, será muito difícil sair da recessão económica em que caímos a partir de 2008 pois uns (desempregados) não têm dinheiro para impulsionar as trocas e dinamizar a economia e outros (precários) por medo reduzem os seus gastos ao mínimo, retraindo o dinamismo. Um terço do país está às portas da miséria, enquanto a banca continua a ter lucros astronómicos e a afirmar que é o mercado a funcionar! Não! Não é! É o regresso da escravatura, ou como escreve Alain Minc "A Nova Idade Média"!

Sem comentários: