17.8.10

A QUEDA DO MURO

A queda do Muro de Berlim, como todos sabemos foi mais que o simples ruir de uma obra de betão armado, devidamente apetrechada para impedir fugas do leste para o Ocidente. Os seus efeitos foram de tal ordem que ainda os estamos a sofrer hoje e ainda assim continuaremos durante algumas décadas. O impacto foi de facto fomenal, tanto que alguns analistas políticos, apelidaram o acontecimento como o início do século XXI (estávamos apenas a 8 de Novembro de 1989).
Mas as repercussões têm-se manifestado exactamente no século XXI. Em termos ideológicos a Esquerda democrática em vez de se repensar e aproveitar o que tinha de bom, fugiu encostando-se à Direita, em certos casos uma direita retrógrada em tudo contrária aos princípios da Esquerda. Nos próprios países do leste onde se começou por referir que não tinha sido o comunismo a falhar mas sim, as graves derivas totalitárias de alguns comunistas, não se soube reinventar os ideais do comunismo e quase todos os partidos se colaram ao nacionalismo e ao populismo, nos países em que eram poder. Onde não estavam no poder tornaram-se mais radicais.
Com efeitos, hoje temos uma grande mancha ideológica que se apelida de Esquerda democrática que é de facto de centro-direita (um género de terceira via de Blair), e é alguma direita que agarra e assume os princípios da Esquerda. A queda do Muro, não deixou nada igual, e ruindo, assustou uma certa esquerda que dominada pelo medo de o ser, fugiu sem a coragem para iniciar a reflexão que se lhe exigia. Passados mais de vinte anos, será que ainda ninguém viu isso ou pelo contrário não tem vontade de ver. Eu continuarei a ser de Esquerda... mas nem da radical, nem da terceira via, da Esquerda democrática e social!

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