22.8.10

POLITICAMENTE CORRECTO

Não sou, nunca fui, adepto do politicamente correcto, porque considero que tal conduta encerra em si uma grande dose de hipocrisia, de mentira, de falsidade. Por essa razão sou politicamente incorrecto e na maior parte das vezes digo, com mais ou menos impetuosidade, consoante as circunstâncias o que me vai na alma ! Mas, afinal o que é que ganhei com isso? Nada! Apenas ódios, rancores, perseguições, discriminações, exclusões e alguns (talvez muitos) inimigos, mas sinto-me bem com a minha consciência. Faço honras ao "Cântico Negro" do José Régio e não vou por ali (por onde os outros querem que eu vá!), embora continue a perder!
Por isso, mais uma vez não gostei das palavras do José Sócrates, quando afirmou que a proposta de revisão constitucional do PSD era radical! Por favor... ela não é radical, é reacionária e de cariz fascista e totalitário! Porquê o medo de chamar às coisas aquilo que elas de facto são! O homem que tanto se apregoa da coragem tem medo de certas palavras, ou antes estará comprometido com elas a tal ponto que as não pode pronunciar!
Afinal a partir do momento em que o politicamente correcto entrou na linguagem dos governos passámos a viver num antro de mentira. Um politicamente correcto que foi sendo cultivado por políticos com telhados de vidro e alimentado por um jornalismo "camaliónico" que se movimenta nos corredores do poder e do contra-poder à espera das migalhas que lhe hão-de cair no prato e esperando qualquer deslize para "felinamente" atacarem aqueles de quem se alimentam.
Continuarei a ter quem me odeie, quem me tenha rancores, quem me persiga a vida inteira, quem me descrimine, quem me exclua por tudo e por nada, mas continuarei a não ir por ali, pelo curso do politicamente correcto. E ser politicamente incorrecto é essencialmente ser sincero, manter a dignidade e não calar a voz quando temos razão. Nada tem a ver com suposta falta de educação, de lealdade, de respeito, de amizade, é sobretudo conviver com tudo isto, mas não perder a nossa dignidade pessoal.
Hipoteticamente morrerei miserável e abandonado, mas até ao fim manterei a riqueza de ser EU, politicamente incorrecto!

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