2.12.10

NADA FRANCISCANO

De imediato, na ideia do comum dos mortais, quando se fala de Francisco de Assis, se liga a uma personagem do século XII, que depois de uma juventude muito pouco recomendável, optou por seguir um caminho de religiosidade em que a sua maior preocupação era a de acorrer àqueles que tinham maiores dificuldades, aos pobres de toda a espécie, económica, física e mental.
Por cá o "nosso" Francisco de Assis é tudo o contrário disso e vai-se alimentando no requintado banquete que o partido lhe proporcionou! Por agora como por lá, mas já se está a preparar para o repasto em qualquer outra paragem! Uma manjedoura privada onde circulem os bons acepipes e contrapartidas monetárias. Depois da apresentação da Lei de Excepção do cortes de vencimentos de alguns senhores com o "cu" bem almofadado, foi agora a vez de achar que quem pretende usar das mais claras artimanhas para fugir ao fisco o pode fazer de livre vontade, se porventura for detentor de umas acções cotadas em bolsa! Isto falando depressa e grosso "os chulos" do Estado e os especuladores (nome pomposo atribuído aos maiores gatunos dos últimos decénios) podem estar à vontade porque têm ali um defensor que para esses acha que existem direitos adquiridos, mas que na discussão de matérias que interessam a alguns dos mais prejudicados da sociedade considera que não existem direitos adquiridos.
Este Francisco de Assis é sem dúvida muito pouco franciscano, bem à laia de um senhor que até foi Presidente da República que ainda há pouco tempo assumiu a mesma contradição, pese embora se apregoe muito de esquerda e preocupado com os mais necessitados! Os outros que sejam franciscanos se quiserem!

1 comentário:

Unknown disse...

há uma grande necessidade de dinheiro para acudir a quem está mais aflito neste momento. mas isso não pode ser justificação para se mudar a lei à pressa.
a lei dizia que, em determinadas condições, os dividendos não eram taxados. mas isso não significa que não pagavam impostos. a empresa que os gerasse pagava o respectivo IRC. quem os recebesse já não pagava porque já estava pago na fonte (pela empresa). agora passarão a pagar a empresa que os distribui e a empresa (ou pessoa) que os recebe. não vou discutir a justiça disto (na verdade, o mesmo lucro vai pagar duas vezes), mas quero defender que não se deve mudar uma lei à pressa de cada vez que dá jeito ao governo. acho que os governos têm de se preparar com antecedência. ou darão a imagem daquilo que se calhar até são: a desorganização completa onde não vale a pena confiar. isso, para quem cá vive e não tem alternativa, pode ser mau mas só tem consequências para o desgraçado que não ganha coragem para migrar. no exterior. essa imagem fará com que ninguém mande para cá dinheiro (e depois por cá surge a admiração de porque é que ninguém nos empresta, surgindo um ou outro banco a emprestar apenas a juros elevados, já que, tendo alternativas, preferem emprestar a outros estados que apresentam menos possibilidades de incumprimento - eu, se fosse investidor, faria o mesmo).

um abraço.

http://www.csassociados.pt/xms/files/NEWSLETTERS/Proposta_de_alteracao_aos_mecanismos_para_evitar_a_dupla_tributacao_economica_de_dividendos.pdf