Hoje é dia de Natal. Mais do que isto possa representar em termos religiosos, preocupa-me o que possa representar em termos de humanismo e de sociedade. Quando há pouco mais de um mês referi num determinado "fórum" que a crise económica teve o seu início com uma crise de princípios e de valores, não estava a fazer demagogia nem a inventar nada, antes pelo contrário a reproduzir ideias que me foram ficando das inúmeras leituras que faço. Há anos atrás, no mesmo espaço alertei para o facto de se estar a caminhar para a privatização da riqueza e a socialização da pobreza, enquanto essa privatização seria de uns pouco e a socialização teria efeitos quase globais, constatando que era esse o objectivo da dita Globalização.
Está visto que assim tem sido e os oportunistas servem-se de tudo, quer da pobreza quer das épocas especiais do ano para construir uma imagem de altruísta, não passando de ladrões disfarçados. Fazem peditórios para pobres, os cidadãos de consciência contribuem e eles é que ficam com os louros. Fazem campanhas de Natal, os tais cidadãos colaboram, os tais oportunistas regozijam-se porque amealharam milhares. Não estou a inventar nada, veja-se o exemplo da SONAE (empresa que em Portugal mais explora os trabalhadores com o apoio do governo e da Inspecção de Trabalho) através das campanhas da Popota, da Leopoldina e do Arredonda. Esta é a mais clara campanha de roubo que se tem feito em Portugal ... e onde está o Governo, onde está o Presidente da República? Não lhes interessa porque eles também são oportunistas que à custa da desgraça dos outros se vão mantendo acima de qualquer preocupação!
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