9.12.10

TEMPORAL ASSUSTADOR

A minha cidade foi atingida por um temporal assustador. Um violento tornado que destruiu tudo à sua passagem. Há quem diga que uma imagem vale mais que mil palavras... mas o que vi e vivi não tem explicação nem por imagens. Houve gente que sofreu muito mais do que eu e no seu intimo havia um sentimento inexplicável, não de revolta nem conformismo, não de dor nem de pena, apenas as lágrimas a descer a face pela incapacidade de, mesmo querendo, impedir o acontecido. A natureza venceu-nos mais uma vez e as imagens que nos espantavam na televisão tornaram-se reais ferindo um egocentrismo que não vale para nada.
Fiquei boquiaberto quando acorri a casa, portas e janelas escancaradas, vidros partidos, telhado parcialmente destruído, lixo que o vento arrastou para o interior... e no meio de tanta destruição nem um livro tinha uma beliscadura. Ontem um amigo que me andou a ajudar a compor algumas coisas disse-me: "Virgílio, também temos que saber brincar um pouco com isto, olha que o vento não quer nada com a cultura!" Rimos os dois, porque afinal a vida continua e não nos podemos deixar derrotar. Logo pela manhã de ontem, éramos sete a arranjar o telhado, almoçámos em pouco tempo e às quatro da tarde o problema estava parcialmente sanado. Aos poucos vou tirando o lixo do interior e com o trabalho de sábado e domingo faço conta de ter tudo normalizado no final do fim de semana.
Houve uma onda de solidariedade e aqueles que não foram afectados, acorreram em massa a dar o seu contributo para ajudar quem foi alvo daquele temporal assustador que teve um maior impacto no jardim-escola João de Deus, felizmente sem a perda de vidas a lamentar. Um passo em frente é o que se pede, mas ainda dói cá dentro!

1 comentário:

Anónimo disse...

Neste momento não consigo dar palavras de conforto (porque não estou nos meus melhores dias) mas quero que saibas que me doeu saber que tal coisa te aconteceu.... Coragem, muita coragem! Beijinhos